SUCROENERGÉTICAS DEPENDEM DE MAIOR MOAGEM PARA DILUIR GASTOS EM 2022, DIZ FITCH
Em relatório publicado no fim do ano passado, a agência de classificação de risco Fitch Ratings classificou sua perspectiva para o setor sucroenergético em 2022 como “neutra”. Segundo a entidade, os preços do açúcar tendem a ficar em patamares mais elevados, “mas com pouco espaço para aumentos significativos durante o ano”, completa.
De acordo com o diretor da Fitch, Claudio Miori, será um ambiente operacional estável. “Os preços do açúcar em real continuam altos e a cotação do petróleo segue favorável ao etanol doméstico no Brasil”, destacou. Por esta razão, ele acredita que, mesmo que a expectativa de um aumento significativo seja limitada, os emissores da agência tendem a terminar a safra menos alavancados do que na temporada anterior.
O documento ainda afirma que a fixação de preços de açúcar pelas empresas brasileiras teve resultados “favoráveis” e que há expectativa de valores atrativos para o etanol, criando um cenário que poderá compensar os efeitos negativos dos altos custos de produção. Ainda assim, a diluição destes gastos na próxima safra vai depender de uma recuperação considerável no volume de cana-de-açúcar a ser moído em 2022/23.
Para o encerramento do ciclo 2021/22, a Fitch estima uma menor alavancagem das empresas do setor, uma vez que o fluxo de caixa livre (FCF) “melhorou de modo geral”, devido aos preços mais altos. Já para a próxima safra, a tendência depende principalmente da volatilidade cambial e de investimentos adicionais, que terão como principal objetivo melhorar a qualidade dos canaviais.
A agência ainda afirma que as condições de crédito para a safra 2022/23 devem ser “favoráveis aos emissores com boas classificações”, pois os fundamentos do setor não mudaram. Ou seja, empresas com ratings elevados devem se manter fortalecendo sua liquidez, enquanto os emissores em dificuldades financeiras continuarão com o desafio do acesso limitado a financiamentos.
Em relação às perspectivas de ratings, a Fitch manteve a classificação estável para 64% da sua cobertura, ou seja, as companhias não devem ter elevações ou rebaixamentos. Entretanto, Raízen Energia, Jalles Machado, FS Bioenergia e Zilor estão fora desta relação, por motivos variados.
Fonte - SIAMIG