CANA: CENTRO-SUL DEVE PROCESSAR 565,3 MI DE T EM 2022/23 (+6,5% ANTE 2021/22)
A moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil na safra 2022/23, que começa em abril do ano que vem, deve totalizar 565,3 milhões de toneladas, aumento de 6,5% em relação ao estimado para 2021/22. A estimativa é da consultoria StoneX, na 1ª revisão para a temporada.
"Avaliando o acumulado de outubro/21 a 26 de novembro/21, as chuvas incidentes sobre as áreas canavieiras da região parecem contribuir com o desenvolvimento dos canaviais que serão colhidos a partir de 2022, ainda que de modo preliminar", afirmam as analistas de inteligência do grupo Marina Malzoni e Rafaela Souza.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) projeta chuvas próximas da média entre dezembro deste ano e fevereiro de 2022, mas a possibilidade de La Niña causa incerteza. "Diante destas incertezas e da baixa assertividade dos modelos climáticos de longo prazo, o regime de chuvas sobre o Centro-Sul continuará sendo variável chave para determinar a produtividade das lavouras em 2022/23", ressaltam as analistas.
A produção de açúcar deve avançar 5,2% na comparação anual, para 34,1 milhões de toneladas; enquanto a produção total de etanol (de cana e de milho) deve subir 6,4%, a 29,7 bilhões de litros - 19,5 bilhões de litros, de hidratado e 10,3 bilhões, de anidro.
A StoneX projeta que a área destinada à cana deve subir 1,4%, para 7,8 milhões de hectares. A expectativa preliminar é que a produtividade agrícola deve subir 5,0%, para 72,5 toneladas/hectare. Já o ATR médio, que mede a qualidade da cana, deve cair 1,2%, para 140,7 kg/t, segundo a consultoria, enquanto o mix deve permanecer estável ante à safra anterior, em 45% para açúcar e 55% para etanol.
Em sua 6ª revisão para a atual safra no Centro-Sul do Brasil, que vai até março de 2022, a StoneX projeta moagem de 530,8 milhões de toneladas de cana, produção de 32,4 milhões de toneladas de açúcar e de 27,9 bilhões de litros de etanol.
Açúcar global - A safra global 2021/22 de açúcar, que começou em outubro deste ano e vai até setembro de 2022, deve apresentar déficit de 1,8 milhão de toneladas, de acordo com a 3ª revisão da StoneX para o saldo global do adoçante. A estimativa representa redução de 1,2 milhão de toneladas ante o déficit da temporada 2020/21, que foi de 3,0 milhões de toneladas, e aumento de 1,0 milhão de toneladas em relação ao estimado pelo grupo em outubro.
A produção global na temporada deve ficar em 186,6 milhões de toneladas, aumento anual de 1,6%, mas queda de 0,5% ante o estimado em outubro. A demanda ficou projetada em 188,4 milhões de toneladas, alta de 0,9% ante a safra global anterior.
Em termos de oferta, o foco está principalmente no Brasil e na Índia. "O Brasil permanece como ponto de atenção, em meio aos impactos do déficit hídrico sobre a produtividade dos canaviais do Centro-Sul. Além das questões climáticas, o crescimento do mercado de etanol na Índia também deve contribuir com o déficit no balanço de oferta e demanda global do adoçante", afirmam, em nota, as analistas de inteligência de mercado da StoneX Marina Malzoni e Rafaela Souza.
A StoneX estima que a Índia deve produzir 31,5 milhões de toneladas de açúcar em 2021/22, 1% a mais do que no ano anterior, e as exportações devem ficar entre 4,5 e 6 milhões de toneladas. Para a Tailândia, a expectativa é que a produção em 2021/22 aumente em 41,7%, para 10,7 milhões de toneladas.
Quanto à demanda, países asiáticos e polos de refino vêm sinalizando recuperação, segundo nota da consultoria. Um fator que aumenta a procura pelo adoçante é a queda recente do frete marítimo, que havia avançado fortemente nos últimos meses.
Fonte - Broadcast Agro