PRODUTORES DE CANA SEGUEM ATENTOS AO MERCADO, CADEIA DE SUPRIMENTOS E MANEJOS
Participando ontem da Megacana Tech Show, a maior feira do setor sucroenergético do Brasil, os produtores associados da Canacampo, Marcos César Brunozzi, Proprietário da Brunozzi Agropecuária e Franciele Bernal Rivero, Administrativo da fazenda Santo Antônio, juntamente com o produtor de Lençóis Paulistas, Paulo Roberto Artioli (Betão), Proprietário e Diretor Agrícola da Tecnocana , bateram um papo com o presidente da Canacampo, Daine Frangiosi, sobre os desafios do setor e as estratégias adotadas.
Daine deu início ao painel falando sobre os problemas que tem sido observado na cadeia de suprimentos e o papel do Governo Federal nesta questão. Franciele destacou que é necessário que o governo reduza impostos destes produtos. Ela lembrou ainda que a ministra Tereza Cristina esteve na Rússia, no sentido de negociar para que não houvesse redução de produtos para o Brasil e destacou também que é preciso manter a porcentagem do Etano Anidro na gasolina, pois esta ameaça de redução mexe muito com o mercado e afeta o setor.
Em relação a minimizar fatores climáticos, Daine e Betão falaram das estratégias que estão sendo usadas. Betão lembra que o produtor depende muito do clima e tudo impacta, ou seja, muita seca, geada. Mas por outro lado, o produtor tem focado nas estratégias, seja fazendo um preparo mais produto, avaliando geneticamente a cana, ou seja, uma variedade mais resistente à seca, utilização de insumos mais apropriados, entre outros, sempre focando na melhoria da produtividade. Betão também destacou o trabalho dos produtores de Campo Florido, onde fica a sede da Canacampo, que trouxe muitas inovações para o setor.
*Safra 21/22*
Em relação aos números da safra 21/22, que foi impactada pela maior seca dos últimos anos, Daine avaliou que foi frustrante não atingir os números projetados, mas que ainda assim ficou em um patamar razoável.
Neste sentido, Marcos Brunozzi, ratificou o problema do estresse hídrico e também pelos incêndios, que impactou na produção, além da geada, que causou vários prejuízos. Ele também destacou que a eficiência dos insumos foi prejudicada pelos fatores climáticos, o que afetou os canaviais, trazendo uma safra menor que 600 milhões de toneladas para o país. Ele lembrou ainda que isto reflete no mercado, com alta de preços e demanda e menor oferta, em um período adverso de pós-pandemia e tendo reinício de surtos na Europa, o que afeta a cadeia de insumos, fretes e outros, atingindo principalmente produtores.
*Commodities / Manejo / Produtividade*
Em relação à Safra 21/22, Franciele Rivero destacou que as commodities estão com preços bons e para a próxima, ou seja, Safra 22/23, ainda há boas perspectivas, pois o que mais paga é o que a Usina vai fazer. Segundo ela, há uma previsão de 10% a mais de produção. Mas é preciso ver como será o preço do Etanol e como o mercado vai agir em ano eleitoral, pós-pandemia, entre outras interferências.
Frangiosi destacou também a necessidade de buscar equilíbrio na produção, com uma cana mais responsiva e bom manejo. Betão explicou que o que alavancou a produção na sua região (Lençóis Paulistas), além da microbiologia, foi o bom preparo do solo, que deve ser pensando para cinco anos, visando um bom patamar de produtividade. Para ele, se manter a parte climática, os preços ajudando, manejo sendo bem feito e se tomar o devido cuidado com o custo na produção, o resultado será positivo.
Os produtores também falaram sobre as reservas do petróleo, que estão baixas e mostraram que ninguém estava preparado e agora estão reavaliando seus números. Brunozzi afirmou que é mais cauteloso em relação a atual situação, visto que é há conjuntura econômica global, que não deve mudar no primeiro semestre, lembrando aqui no Brasil é ano eleitoral o que traz volatilidade ao mercado e merece atenção de todos. Para ele o ano que vem, seja para cultura de grãos ou cana, as contas estarão mais apertadas que antes, por isso, é momento de rever e pensar “fora da caixa” seja na aquisição de insumo, seja no manejo.
Para Betão, independente da situação, todos os esforços têm sido feitos pelo setor, não só sucroenergético, mas pelo agro, que realmente é o segmento mais importante para o mundo.
A Megacana Tech Show, que está em sua 13ª edição, foi idealizada pela Canacampo e pela Siamig, que esta sob o comando de Mário Campos, que também é o presidente do Fórum Nacional Sucroenergético. A realização da feira é da Agência Solis. O programa Megacana TV acontece todas as quintas-feiras, às 19h, e pode ser acessado por meio de link no site www.megacana.com.br e pelo youtube da feira. A feira segue até o dia 09 de dezembro e finaliza com o Dia de Campo, na sede da Canacampo, em Campo Florido. A Megacana é patrocinada pelas mais importantes empresas do segmento, sendo: Coruripe, Ubyfol e Koppert e SmartBreeder (Master) e Basf, Copercana, FMC, Bayer, H2Copla e Coplacana (Ouro).
Assessoria de Imprensa Megacana