MOAGEM DE CANA ATINGE 517 MILHÕES DE TONELADAS NO CS
A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras do Centro-Sul alcançou 12,55 milhões de toneladas na 1ª metade de novembro, registrando queda de 38,36% sobre o valor apurado na mesma quinzena da safra 2020/2021 – 20,37 milhões de toneladas. No estado de São Paulo a moagem quinzenal atingiu 5,88 milhões de toneladas (-48,36%) e nos demais estados do Centro-Sul a quantidade processada na quinzena alcançou 6,67 milhões de toneladas (-25,69%).
Desde o início do ciclo 2021/2022 até 16 de novembro, a moagem acumula queda de 11,8%. Nesse período, a quantidade de cana-de-açúcar processada pelas usinas atingiu 516,97 milhões de toneladas, ante 586,16 milhões de toneladas na mesma data do último ciclo agrícola.
A qualidade da matéria-prima na 1ª quinzena de novembro, mensurada a partir da concentração de açúcares totais recuperáveis por tonelada de cana-de-açúcar, registrou 133,35 kg de ATR por tonelada, com retração de 12,88% em relação aos 153,07 observados no ciclo passado. No acumulado desde o início da safra até 16 de novembro, o indicador assinala 143 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, uma retração de 1,48% em relação ao valor observado o ciclo 2020/2021.
Na primeira quinzena de novembro 75 plantas estavam em operação (65 processando cana-de-açúcar, 2 unidades flex e 8 fábricas de etanol de milho), ante 114 unidades em operação no mesmo período da safra 2020/2021. Até o momento, 187 empresas já finalizaram a moagem no ciclo 2021/2022, sendo 57 empresas com encerramento na última quinzena.
O diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, explica que “as empresas que encerraram a safra na primeira quinzena de novembro apresentaram redução de moagem de 15,1% em comparação com os valores registrados no último ciclo agrícola.”. Seguindo a expectativa, a moagem até o final de março deve superar 520 milhões de toneladas, acrescentou Rodrigues.
Produção de açúcar e de etanol
Na primeira quinzena de novembro, a fabricação de açúcar atingiu 625,6 mil toneladas, ante 1,24 milhão de toneladas verificadas em igual período do ano anterior. A produção quinzenal de hidratado, por sua vez, alcançou 359,9 milhões de litros, registrando queda de 46,57%.
Seguindo a tendência das quinzenas anteriores, nos primeiros quinze dias de novembro, se observou uma maior quantidade de ATR sendo destinada à produção de etanol anidro, cujo percentual atingiu 36,7% frente a 26,4% no mesmo período na safra anterior. Apesar desse movimento, a fabricação do aditivo apresentou redução de 23,92% em função da menor quantidade de matéria-prima disponível para processamento, totalizando 381,5 milhões de litros produzidos nesse período.
No acumulado desde o início da safra 2021/2022 até 16 de novembro, a produção de açúcar alcançou 31,84 milhões de toneladas, contra 37,66 milhões de toneladas verificadas em igual período do ciclo 2020/2021 (-15,44%). A fabricação acumulada de etanol alcançou 25,84 bilhões de litros, sendo 10,39 bilhões de litros de etanol anidro (+14,79%) e 15,45 bilhões de litros de etanol hidratado (-19,84%). Do total fabricado, 2,10 bilhões de litros do biocombustível foram produzidos a partir do milho.
“O setor tem priorizado a produção de etanol anidro e, a despeito da queda expressiva na moagem, a fabricação do renovável tem apresentado crescimento próximo de 15%. Ao mesmo tempo, mesmo com a queda expressiva no consumo de etanol hidratado, a fim de garantir o abastecimento deste mercado, os produtores do Centro-Sul deixaram de fabricar mais de 1,5 milhões de toneladas de açúcar para produção deste biocombustível”, explicou Rodrigues.
Vendas de etanol
Na primeira metade de novembro, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram um total de 988 milhões de litros de etanol, registrando retração de 25,56% em relação ao mesmo período da safra 2020/2021. Do total comercializado no período, 43,84 milhões de litros foram destinados para o mercado externo e 944,31 milhões de litros vendidos domesticamente.
No mercado interno, as vendas de etanol hidratado alcançaram 538,85 milhões de litros, mantendo a trajetória de retração que, na última quinzena, foi de 32,09% sobre o montante apurado no mesmo período da última safra (793,47 milhões de litros). A quantidade comercializada de etanol anidro inicia o mês de novembro com acréscimo de 2,77% na comparação com o ano anterior, com 405,46 milhões de litros vendidos em 2021 ante 394,52 milhões de litros em 2020.
“A dinâmica de mercado observada nas últimas quinzenas já era esperada. A perda de competitividade econômica do etanol hidratado tem promovido redução no consumo do renovável e já equacionou o equilíbrio de oferta e demanda. Essa condição, associada ao menor consumo de combustíveis leves, tem promovido quedas sucessivas no valor do hidratado recebido pelos produtores, que tem se reduzido nas últimas três semanas”, comentou Rodrigues
De acordo com o executivo, “a queda de preço do etanol hidratado também tem promovido redução no valor do etanol anidro, pois os contratos de venda do produto vinculam o seu preço aqueles praticados para o hidratado. Essa condição indica que o aditivo pode contribuir para a redução do preço da gasolina e, em termos de volume, temos condição de atender a migração para o consumo de gasolina com os estoques de anidro nos produtores, com a produção a ser realizada até março e com a importação do biocombustível que vem sendo observada”
No acumulado desde o início da safra até a primeira quinzena de novembro, o volume de etanol comercializado pelas empresas do Centro-Sul apresenta uma retração de 6,37%, com cerca de 17,91 bilhões de litros vendidos. Desse total, 1,04 bilhão de litros foram destinados à exportação (queda de 46,57%) e 16,87 bilhões ao mercado interno (queda de 1,83%). Do total comercializado domesticamente, o etanol anidro representou 6,40 bilhões de litros (aumento de 20,46%) e o etanol hidratado corresponde a 10,48 bilhões de litros (queda de 11,80%).
“Apesar das condições adversas de oferta de cana-de-açúcar, o setor já ampliou a comercialização de etanol anidro em 20%. A preservação das regras permite que os mecanismos de mercados sejam efetivos e oferecem aos agentes condições para um melhor planejamento, garantindo maior segurança ao abastecimento”, conclui o Diretor da UNICA.
Fonte - UNICA