“ALTA NOS CUSTOS REDUZ MARGENS E DEVE TER A ATENÇÃO DO PRODUTOR”, AFIRMOU LEONARDO ALENCAR DA XP.
Na Megacana Tech Show de quinta, dia 18, o responsável pelo Agro, Alimentos e Bebidas no Research da XP Investimentos, Leonardo Alencar, fez um alerta sobre a alta de preços na cadeia de suprimentos do agronegócio. Ele lembrou que este tema tem sido discutido continuamente durante os últimos dias e deve ter a atenção dos produtores.
Segundo Alencar, por traz das questões da alta de preços estão, inclusive, discussões sobre a mudança de matriz energética, como fato que tem causado alguns aumentos de fertilizantes, principalmente de nitrogenados que estão subindo de forma mais expressiva.
“Quando olhamos para o plantio de soja e agora milho de verão, a grande maioria dos produtores já adquiriu os insumos, então não afeta tanto, mas se formos pensar na safrinha de milho e da cana, no próximo ano, a situação já é diferente, pois serão impactados pelo preço. E custos altos sinaliza pressão em cima das margens. E é bom lembrar que esta situação não envolve apenas preço, mas volume necessário de insumos no mercado também”, afirmou.
O especialista lembrou que vários países exportadores têm restringido a exportação para não faltar para uso próprio, o que tem motivado a preocupação em toda a cadeia produtiva do agro.
Safra 22/23
No entanto, segundo Leonardo Alencar, para o próximo ciclo 22/23, apesar dos altos preços dos insumos, com margens menores, no caso do açúcar e etanol, os preços continuaram interessantes. Ele lembra que cada cadeia se ajusta de forma diferente. “Mas os patamares do açúcar e etanol que serão interessantes, vão conseguir compensar boa parte disso. Todo o agro terá impacto e margem menores. Há ainda muita incerteza de como isso vai acontecer. Não se sabe ainda se uma possível redução de área e tecnologia em outros países pode segurar esses preços. Mas, mesmo quem já comprou insumos, sabe que a próxima safra virá mais cara” disse.
Preço Etanol x Gasolina
Em relação aos preços do Etanol e da gasolina, Leonardo Alencar lembra que há uma quebra de paradigma. “Quando falamos do etano x gasolina tem um teto de 70%, que é a média da eficiente energética do carro flex quando usa etanol no lugar da gasolina. Quando sobe mais que 70%, o consumidor começa a optar pela gasolina, pois é mais eficiente. E estamos vendo isso acontecer, pois hoje a referência desta média está em 77%, ou seja, rompeu o patamar”, destacou.
Ainda segundo o especialista, tem várias especulações por traz desta questão, além da quebra de safra importante deste ano e a demanda aquecida. Ele lembra ainda que há falta de etanol hidratado no mercado, porque as usinas estão favorecendo o etanol anidro, que vai misturado na gasolina. “Esses são os principais fatores para subir o preço do hidratado x gasolina, por isso, sustenta esse 77%”, afirmou
Outra questão que tem sido discutida neste contexto é a tecnologia, já que os carros flex mais novos aceitam uma média de mais de 70%, ou seja, alguns 75% e outros veículos, segundo informações, podem chegar até mais de 80% na média de referência da eficiência, o que acabaria absorvendo mais o preço. “São variáveis difíceis de indicar quando vai se estabilizar. Não é um novo patamar. Mas consequência de um cenário bem restrito de etanol, o começo de uma entressafra com menos oferta de estoque de etanol e com demanda ainda aquecida. Acredito que teremos mais falta de etanol no mercado”, avaliou.
Agro forte e resiliente em 2022
Esta semana a diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado, afirmou que o ano de 2022 é de desaceleração econômica e não de recessão, citando inclusive o agronegócio. Segundo Leonardo Alencar, que analisou o pronunciamento da diretora, realmente quando se fala em economia, o cenário não é positivo para 2022, visto as questões de risco fiscal e a volatilidade que a eleição traz para o cenário, além da inflação, que afeta a economia e segura o crescimento.
No entanto, quando se olha para o agronegócio, conforme explica Alencar, de modo geral, continua crescendo em cenário adverso.
“Mesmo com a desaceleração ocorrida na China, que afeta o agro brasileiro, o setor esteve forte. É claro que o agro foi um dos grandes responsáveis pela questão inflacionária, pois o clima impactou muito. Mas para 2022 está muito favorável, pois teremos uma safra maior, o que traz alívio na oferta e até mesmo pode ocorrer uma acomodação nos preços das commodities. Agro é forte e resiliente. Quando está tudo bem, o agro é esquecido, mas quanto tá ruim, ele mostra sua força, por isso é lembrando nestes cenários. Então, em relação ao agronegócio seguimos otimistas”, afirmou.
A Megacana Tech Show é idealizada pela Canacampo e Siamig, com a realização da Agência Solis. O programa Megacana TV acontece todas as quintas-feiras, às 19h, e pode ser acessada por meio de link no site www.megacana.com.br e pelo youtube da feira. O programa Megacana TV vai até o dia 09 de dezembro e é patrocinado pelas mais importantes empresas do segmento, sendo: Coruripe, Ubyfol e Koppert e SmartBreeder (Master) e Basf, Copercana, FMC, Bayer, H2Copla e Coplacana (Ouro).
Assessoria de Imprensa Megacana