HAROLDO TORRES, DO PECEGE, ALERTA PARA A POSSÍVEL “ILUSÃO MONETÁRIA” NO SETOR
O MegaCana Tech Show de ontem (21), no painel “Empreender no campo”, entrevistou o Gestor de Projetos do PECEGE, Haroldo Torres, que destacou a importância neste momento do produtor de cana-de-açúcar não cair na chamada “ilusão monetária”. “Estamos observando um preço do ATR que deve fechar a R$ 1,15 o quilo (Cosecana/SP) e para a safra 22/23 acima de R$ 1,15. Sem dúvida, são preços favoráveis ao setor, mas o produtor não deve cair na ilusão pois irá enfrentar uma inflação vinda de diesel e combustíveis, assim como lubrificantes, fertilizantes e defensivos. Além disso, com inflação no mercado doméstico, verá um reajuste de dissídio salarial, acompanhando o INPC, acima de 6%”, advertiu.
Neste sentido, Haroldo disse que a palavra-chave do momento é investir no canavial, olhando para alternativas e produtos que maximizem a relação de custo x benefício, e que mantenha a produtividade. Afinal, o produtor ainda vai carregar para a safra 22/23 os impactos dessa safra, em função do plantio, como problemas com mudas, falhas do canavial, devido as queimadas, e diversas outras adversidades.
Por outro lado, também, o setor sucroenergético e a agricultura, de modo geral, está tendo uma demanda global superior à oferta dos insumos e, como se isso não bastasse, a China, que é um importante produtor está enfrentando restrições. Por isso, é recomendável realizar as compras o quanto antes, visto que a tendência de alta tende a se manter nos próximos meses.
“Estamos enfrentando uma tempestade prefeita no mercado de insumos, com a alta de dólar, petróleo, gás natural, que resultam num alto custo de produção e importação.
Todo cuidado é pouco, diz Haroldo, para que não se reduza a “dose” na produção, diminuindo os investimentos, o que pode comprometer a produtividade. É importante pensar em alternativas como adubação orgânica, outros substitutos, e olhar o momento de compra para não destruir as margens.
Fertilizantes
Haroldo disse que o país importa, praticamente, 90% dos fertilizantes e a desvalorização cambial tem impactado no custo. Tem produtos que aumentaram em mais de 200%, mas para essa safra tanto de grãos quanto de cana não deve mais impactar, porque, praticamente, as compras já foram feitas. O impacto será na próxima safra 22/23.
No caso do potássio está havendo uma escalada de preço, em função das sanções econômicas sofridas pelo país Bielorus, um dos maiores produtores deste nutriente no mundo. Já quando se fala de nitrogenados e fosfatados, tem um conjunto de fatores, como a alta do gás natural, matéria-prima utilizada na produção da ureia e dificuldades logísticas para receber os produtos (vide a crise do transporte marítmo), além do aumento do diesel, que penaliza o frete rodoviário.
Fonte: Gerência Comunicação SIAMIG - 22/10)