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AUMENTO DO CUSTO DE ENERGIA GLOBAL PODE SER O DESAFIO DA ECONOMIA MUNDIAL

Apesar de todos os problemas vivenciados no mundo, o aumento do custo de energia global , parece ser no momento, segundo o Economista Chefe da XP Investimento,  Caio Megale, o principal problema para que a economia global continue crescendo. Em entrevista ao programa Megacana TV, de quinta-feira, dia 21, o economista destacou ainda que a situação no Brasil já esteve mais preocupante no que diz respeito à energia, mas que com as últimas chuvas a situação amenizou.

“Ainda é cedo para dizer que a situação está resolvida, mas os índices são favoráveis. No entanto, ainda é um momento difícil, arriscado, com custos elevados, mas o risco de racionamento que foi mais agudo, agora deu uma reduzida”, afirmou.

Caio Megale destacou ainda, que mesmo com essa melhora, o Brasil ainda precisa utilizar as térmicas e por isso é preciso importar combustível – que está com preço elevado também, sendo um problema do mercado global de combustível. Ele lembra que o Petróleo chegou a 85 dólares o barril, há falta de gás natural na Europa, cujo preço está “explodindo”, há falta de carvão na China, o que faz com que o governo oriente as indústrias a produzirem menos, o que por si, reduz a taxa de crescimento. “Então eu diria, que dos problemas que mundo enfrenta hoje, esse parece ser o maior desafio que a economia mundial tem pela frente, para continuar se recuperando”.

Desabastecimento

O economista da XP falou também que a questão do desabastecimento global é um dos temas que mais tem sido debatido pelo mercado financeiro nas últimas semanas. Segundo ele, desde o início da pandemia há uma série de problemas nas cadeias globais de valor, seja pelos efeitos do distanciamento ou de outras medidas ligadas a Covid-19. “A impressão que tínhamos é que ao longo do tempo, com as vacinas, a economia, os fluxos de comércio e as cadeias globais de valor fossem se normalizando. Mas chegando ao final de 2021, continua critico, afetando severamente a indústria, quanto à agricultura e o setor de combustível”, destacou.

Ele afirmou ainda que em outros países, há filas nos portos para embarcar produtos e insumos, o que causa novo problema na cadeia de valor, inflação alta e desaceleração da economia, por conta da restrição da produção. Para Megale, a situação não é crônica e generalizada na economia, mas faz parte dos riscos e problemas que terão de ser enfrentados nos próximos meses.

Alimentos

Quando se fala de desabastecimento global, um alerta vermelho se acende no que tange a alimentos. Neste sentido, Megale deu como exemplo, o setor automotivo, que vinha faltando chip, ou seja, tem a ver com tecnologia embarcada, mas agora, também começa a surgir falta de borracha e negro do fumo para pneus. De acordo com ele, o nível destes produtos está caindo, tanto no Brasil, quanto no mundo. E isso, prejudica a importação de maquinários, sejam leves ou pesados, como máquinas agrícolas, o que afeta produção e transporte, que fazem parte da cadeia produtiva.

Outro problema são os fertilizantes, que tem a ver com as cadeias químicas. “Quando tem problema em um elo dessa cadeia, seja porque teve problema de transporte,  ou ainda restrição devido a Covid, há  um problema de fornecimento e alta de custo. Por hora não vai faltar de forma crônica, mas um ou outro produto pode faltar. Mas o custos, esse não tem jeito, ficarão elevados por um bom tempo”.

ICMS

Recentemente a Câmara Federal votou projeto relacionado ao ICMS, que tem como intenção reduzir o preço dos combustíveis ao consumidor. De acordo com Caio Megale, essa medida pode ajudar a reduzir a volatilidade do preço dos combustíveis, mas, no entanto, é importante lembrar que não é o imposto que fez os combustíveis subirem tanto.

Megale explica que o ICMS tem incidência sobre o preço do produto, então, sempre que o produto sobe, o imposto sobe junto, visto que é uma alíquota sobre o preço final, exarcebando às variações de preço. Ainda de acordo com ele, como o combustível tem por natureza ser volátil, devido ao câmbio, quando se estabelece uma base de calçudo que é longa, de vários meses, e uma alíquota fixa e não sobre o percentual do valor, a volatilidade tende a reduzir.

“O imposto não mudou, sua natureza é de tornar o preço mais volátil, mas o nível de preço não mudou, pois depende dos preços internacionais de petróleo que tem subido, devido aos problemas que falamos antes de desabastecimento. Outro componente é a taxa de cambio. Nossa taxa está muito depreciada desde o início da pandemia. Na verdade, mais depreciada do que a média dos países emergentes. E isso se deve a instabilidade fiscal, política e perspectivas econômicas. É importante que estes riscos diminuam, para o que combustível caia também”, afirmou.

Auxílio Emergencial

 Apesar da importância da liberação do Auxílio Brasil, o antigo Bolsa Família, que neste momento é fundamental visto a desigualdade brasileira, acentuada pela pandemia, é preciso que o Governo Federal siga as regras fiscais. Megale lembra que esse tipo de transferência de renda, que é bastante efetivo para reduzir o problema da desigualdade, precisa ser sustentável ao longo do tempo, para que os gastos não gerem endividamento em “bola de neve” das contas públicas brasileiras.

“Se isso acontecer à taxa de cambio se deprecia mais, há pressão sobre a taxa de juros e inflação, que já estão altas e isso acaba compensando mais que as transferências financeiras, deixando a situação final pior”, alertou.

O economista chefe da XP destacou  que a alta importante que vemos na inflação em parte é externa, mas em parte é doméstica também e tem corroído a renda real, atrapalhando o processo de recuperação da renda dos mais pobres. E importante que aconteça o reforço dos programas, mas tem que ser dentro do teto de gastos.

“É fundamental que se encontre uma solução para esse problema. Estamos à volta desta discussão todos os dias e isso tem trazido volatilidade ao mercado. Mas é importante que esse equacionamento seja feito dentro das regras fiscais vigentes, pois o Brasil é um país endividado, que roda no vermelho, com déficit. Se fossemos um país rodando no azul e com dívida baixa, não seria um grande problema. Mas não é o caso e assim estamos, com dizem os americanos, “patinando no gelo fino” quando se trata de aumento de gastos”, finalizou.

A Megacana Tech Show acontece todas as quintas-feiras, às 19h, por meio de link no site www.megacana.com.br e pelo youtube da feira.  A Megacana é patrocinada pelas mais importantes empresas do segmento, sendo: Coruripe, Ubyfol e Koppert e SmartBreeder (Master) e Basf, Copercana, FMC, Bayer, H2Copla e Coplacana (Ouro). Idealizada pela Canacampo e Siamig, a Megacana é realizada pela Agência Solis.

Assessoria de Imprensa Megacana

 

 

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