VARIEDADES DA RIDESA OCUPAM QUASE 2/3 DA ÁREA DE CANA DO PAÍS
No painel “O futuro do melhoramento da cana”, no MegaCana de ontem (14), a apresentadora, Adriana Afonso, entrevistou Edward Madureira Brasil, professor titular e presidente da Ridesa Brasil, que atua em nível nacional e atualmente é o principal núcleo de pesquisa canavieira no âmbito do governo federal.
Segundo Edward Brasil, a Ridesa teve origem quando o Planalsucar (órgão do governo federal que atuava no desenvolvimento de novas variedades de cana e fazia projeções de safra) teve suas atividades encerradas em 1989, e cinco universidades federais assumiram o programa e deram continuidade ao melhoramento genético da cana. Hoje o programa é tocado por 10 universidades espalhadas pelo país com divisão regional das atividades, mas as ações de melhoramento e produção do material genético é feito em conjunto, com intercâmbio dentro da rede.
O convênio entre as universidades foi renovado por mais 15 anos, produzindo o material genético a partir de duas estações de cruzamento, uma localizada em Murici (Alagoas) e em Devaneio (Pernambuco), com a distribuição das sementes entres as universidades. O intercâmbio em fase avançada é constante, assim como a base de teste que alcança todos os estados onde a cultura da cana tem importância e se consegue desenvolver materiais com adaptação para cada região do país.
Desenvolvimento de cultivares
O desenvolvimento de novas cultivares, segundo o pesquisador, envolve o stress biótico (doenças e pragas) bem como o stress abióticos (seca, solo, meio ambiente), que são fatores decisivos para desenvolvimento da cultivar em cada região. A Ridesa é um exemplo concreto de parceria-público-privada, com a participação efetiva das indústrias sucroenergéticas, que contribuem através de convênios. As universidades, por sua vez, colocam os pesquisadores à disposição e o resultado é extraordinário. Somente este ano, segundo Edward foram lançadas 21 variedades que vão atender o setor com mais qualidade.
Dinâmica
As novas variedades fazem parte de um processo contínuo e o lançamento é feito a cada quatro cinco anos e a vida média depende de muitos de fatores. Atualmente, o setor trabalha com variedades que estão há mais de 20 anos sendo cultivadas, mas todo ano a Ridesa faz novos cruzamentos, inicia testes, e tem condição de atender com muita rapidez a dinâmica do produtor de cana de açúcar.
Pesquisadores
Edward ressaltou que são centenas de pesquisadores e técnicos que estão envolvidas nesse programa. Eles se reúnem para trocar informações, indicar materiais que podem ser promissores em outras regiões, já que o dinamismo do setor exige isso. A cana vai avançado para ambientes mais secos e é preciso que o material desenvolvido atenda às necessidades dos produtores. “É importante o reconhecimento desses profissionais que assumiram o trabalho do Planalsucar, que se tornou o principal programa de desenvolvimento de variedades, que ocupam quase 2/3 da área de cana do país”, afirmou.
Fonte: Gerência de Comunicação da SIAMIG – 14/9