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KELLEN SEVERO APONTOU AS TENDÊNCIAS DO AGRONEGÓCIO NA MEGACANA

Em participação especial na Megacana Tech Show desta última quinta-feira (14), a jornalista especialista em agronegócio e economia, Kellen Severo, deu um panorama sobre as tendências para o agronegócio, além de falar sobre dólar, preços de commodities e a participação do agro no PIB brasileiro.

Segundo Kellen, as tendências são pontos que já estão no nosso presente, mas que é possível enxergar claramente que estarão no futuro do Brasil e devem ser observados atentamente pelo setor. Ao citar estas tendências, ela destacou alguns pilares como, logística, sustentabilidade, agricultura verde, mercado de carbono, digitalização e finanças.

Em relação à logística, a jornalista lembrou que há cadeias produtivas ainda desorganizadas, por isso as empresas devem ficar mais atentas às dinâmicas de seus canais e fornecedores, no sentido de evitar algum tipo de desabastecimento ou problemas com insumos. Então é preciso dar uma atenção especial à logística.

“Outra tendência que foi super acelerada na pandemia foi a digitalização. Muitos serviços que careciam da presença humana, hoje são feitos de forma digital e isso deve continuar aprimorando e diminuindo custos no setor agropecuário” destacou.

Já a sustentabilidade, Kellen Severo destaca como um ativo para um mercado que quer saber a origem dos seus alimentos e está disposto a observar isso com mais atenção. O que leva à agricultura verde e a descarbonização , ou seja, todos os desafios em relação ao mercado de carbono. “Tudo está colocado na pauta e tende a permanecer ao longo dos próximos anos. Além disso, temos uma grande revolução acontecendo no mundo das finanças. Seja a partir das criptomoedas,  ou no rastreamento das cadeias nas blockchain”, disse.

Pontos principais

Kellen afirmou ainda que tudo isso tem a ver com três pontos principais. O comportamento do consumidor e o que ele quer; a origem dos produtos; como são feitos, ou seja, o pilar verde.

“Digitalização é o pilar de conexão com este consumidor, ou entre o vendedor e o comprador, de uma maneira a baratear e facilitar esta troca. E outro pilar relevante é o das finanças, onde também aparecem as finanças verdes e as criptomoedas, que tem se mostrado uma revolução inevitável”, afirmou.

Dólar em alta

Sendo o dólar um dos principais componentes da formação de preços nas commodities cotáveis mais importantes do Brasil, a especialista afirmou que são vários os sinais que investidores tendem a buscar refúgio no dólar, pois há muitas incertezas no radar no início do pós-pandemia.

“Temos observado crises energéticas na China, na Europa. Rupturas nas cadeias de distribuição de insumos ao redor do mundo. Incertezas em relação ao quadro fiscal no Brasil, pressão inflacionária, alta de juros. São vários elementos na mesa que geram cenário turvo. E quando há este cenário de incerteza , de muita expectativa sobre o que está por vir e pouca clareza no presente, os investidores tendem a buscar proteção em um ativo historicamente seguro, como o dólar”, disse.

Ela destacou ainda, que o dólar tem se valorizado não só em relação ao real, mas em relação a outras moedas também. Citando pesquisa recente feita pelo Banco Central, denominada Focos, bem como outros estudos de instituições financeiras, Kellen analisou que todos os apontamentos indicam que a direção do dólar é altista, ou seja, um dólar valorizado em relação ao real.

“É bom para as commodities exportáveis que tendem a valorizar – claro que existem outros fatores.  Mas acaba gerando uma pressão de custo para aqueles alimentos que são mais ligado as demandas domésticas, como por exemplo, hortifrutis , que são mais desafiados pela conjuntura”, destacou.

Commodities – preços

Em relação às commodities, ela destacou que estamos vivendo um círculo de altas das commodities ao redor do mundo. Disse ainda que a quebra de safra, redução de estoques globais, aquecimento de demanda, todas as incertezas diante da pandemia,  juntamente com outros fatores,  fazem algumas commodities, como a de grãos por exemplo, atingirem um dos mais altos patamares dos últimos anos. Para ela o questionamento que deve ser feito é: até onde o preço seguirá firme.

Em relação a isto, Kellen explica que depende do cenário financeiro, onde há interferência de fatores como, por exemplo, o dólar e outras questões ligadas a esta conjuntura.

“Objetivamente o que temos observado é que há uma tendência de preços firmes e historicamente altos para as commodities exportáveis. Tudo isso porque ainda vai levar um tempo para que estes estoques que foram fragilizados nos últimos anos, sejam recompostos.  A partir do momento que isso acontecer, pode sinalizar para baixar o preço. Agora, é importante lembrar que, para o estoque se recompor é necessário safra farta. E temos um risco climático que está em nosso radar, e isso pode contribuir para  safra ser um pouco mais magra do que precisamos para recompor os estoques globais”, avaliou.

Em relação à rentabilidade, ela lembra que há sinais de que os preços continuarão firmes garantindo rentabilidade, principalmente para quem antecipou o comprou insumos. Insumos estes que estão com os preços mais altos da história. O que acaba pegando uma parte da renda e deixando fora do caixa do produtor. “Há um cenário de rentabilidade para o cenário 2021, mas para 2022, a depender do caso, o cenário pode ficar um pouquinho mais difícil”, disse.

PIB do Agronegócio

Kellen lembrou ainda que o agro é um dos fatores mais importantes para ajudar a economia brasileira na retomada pós pandemia. “26% era que o agronegócio contribuía para o PIB do Brasil. Agora, em 2021, devemos chegar a 30% do PIB brasileiro. Quanto melhor o desempeno do agro, mais ele colabora para o desenvolvimento do PIB do Brasil”.

“O agro brasileiro, pela produção que foi recorde de umas commodities e o dólar alto, essa conjuntura de preço e produção, favoreceu a formação do PIB. Não há dúvida que o agro vai dar importante contribuição para retomada da economia pós-pandemia. Com todos os desafios, o setor garantiu distribuição de alimentos, abastecimento e ainda vai dar uma forcinha para o Brasil retomar o crescimento do pós-  pandemia”, finalizou.

A Megacana Tech Show acontece todas as quintas-feiras, às 19h, por meio de link no site www.megacana.com.br e pelo youtube da feira.  A Megacana é patrocinada pelas mais importantes empresas do segmento, sendo: Coruripe, Ubyfol e Koppert e SmartBreeder (Master) e Basf, Copercana, FMC, Bayer, H2Copla e Coplacana (Ouro). Idealizada pela Canacampo e Siamig, a Megacana é realizada pela Agência Solis.

Assessora de Imprensa da Megacana

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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