PRESIDENTE DA SRB FALA SOBRE MARCO TEMPORAL, PIB E DESAFIOS DO SETOR NA MEGACANA

Uma das lideranças do agronegócio do Brasil, a presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Teresa Vendramini, participou na noite de quinta-feira (23), da Megacana Tech Show, a maior feria do setor sucroenergético brasileiro. Vendramini participou do painel “Os presidentes convidam”, comandado por Daine Frangiosi (Canacampo) e Mário Campos (Siamig).

Ela iniciou sua fala no programa destacando a boa notícia sobre o PIB do agronegócio, divulgada pela CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, recentemente, que prevê a participação do agro em 30% do Produto Interno Bruto brasileiro. “Crescemos 4,33% no segundo trimestre, acumulando alta de 9,81% no primeiro semestre de 2021. A previsão é chegarmos em torno de 30% do PIB. Isso é excepcional, pois demonstra um Brasil crescendo e que está produzindo”.

Marco Temporal

Daine Frangiosi destacou a questão do Marco Temporal e qual a orientação da presidente neste sentido. Em relação às discussões sobre o marco temporal, que teve a votação suspensa no STF pelo ministro Alexandre Moraes, Vendramini destacou a preocupação da entidade com a votação. Segundo ela, algumas discussões trazem enorme insegurança jurídica para o setor e a aplicação da tese do marco temporal é uma delas. Ela lembra que o marco temporal pode ter um impacto altamente negativo, pois afeta o direito de propriedade em todo território nacional. “Podemos chegar a mais de um milhão de desempregados no setor. Pode ocorrer uma quebra de R$ 363 bilhões de dólares nas exportações. O impacto será altamente negativo para o negócio que detém o maior PIB do Brasil. O produtor merece segurança jurídica para que possa investir, trabalhar e produzir. E esse julgamento não nos traz isso”, destacou.

Até o momento a votação do marco temporal está empatada, sendo um voto do ministro Edson Fachin contra a aplicação da tese do marco temporal e um voto do ministro Nunes Marcos, favorável a aplicação da tese. Não há data para a discussão ser retomada e votada, até o momento. Cabe destacar que a SRB faz parte do processo, sendo Amicus curiae, ou seja, oferece subsídios às decisões do tribunal, fornecendo base para questões relevantes ou de grande impacto. A entidade já foi ouvida pelo STF.

Regularização fundiária

Em relação à regularização fundiária, a presidente do SRB afirmou que a entidade vem acompanhando de perto. “Consideramos urgente à aprovação deste projeto. Avançamos, mas ainda há muito a fazer. Durante décadas famílias foram incentivadas a irem para locais muito distantes. É um resgate para elas continuarem produzindo”, disse.

Em relação à regularização ambiental, o presidente da Siamig, Mário Santos lembrou que a legislação ambiental brasileira é uma das mais restritivas do mundo e que foi amplamente discutida, inclusive passando por um processo de judicialização. Ele questionou sobre o posicionamento da SRB em relação ao tema.

Segundo Teresa Vendramini, o Código Florestal é o fiador da sustentabilidade. “Se o mundo todo tivesse regras como as que temos, com certeza o mundo seria diferente. É uma lei oriunda de amplas discussões, que impõe regras que conserva os recursos naturais. A SRB tem caminhando junto com os associados. Ainda temos alguns problemas, com produtores que ainda não conseguiram se regularizar. A maioria tenta, tem passivo, entrega tudo, mas ainda não caminha como a gente acha que deve ser. Mas tá andando um pouco” destacou.

A presidente revelou ainda que às vezes os produtores não recebem respostas, o que é frustrante, pois querem segurança, além de estarem equiparados e regularizados pelo Código. “Estou falando das dificuldades que são muitas, pois pode parecer que é fácil, mas não é assim. Tá existindo um caminho dentro do Governo, uma ênfase nisso, como por exemplo, o analisa CAR que é novo e espero que vá para o Brasil inteiro. Tem estas ferramentas, mas ainda assim temos dificuldades”, afirmou.

Pandemia

Ao ser questionada sobre o impacto da pandemia no agronegócio, Teresa Vendramini destacou que tem sido um período desafiador em todos os sentidos, pois ainda estamos vivendo a pandemia. Primeiro, disse ela, foi à surpresa do início da pandemia, os questionamentos sobre como o agro ia caminhar.

“Mas o agro mostrou que estava preparado pra trabalhar. Nossos controles de sistema sanitários funcionaram. Produzimos e produzimos. O Brasil foi um dos poucos países em que a população não ficou com medo de faltar comida”, afirmou.

Ainda sobre os desafios, ela citou outros três deste ano, como geadas significativas, crise hídrica e recentemente os incêndios. Ele lembra que o produtor tem sofrido com estas situações e sente, ainda mais, quando é cobrado por isso, sendo que acontece a revelia dele.

“Mas o agro, mesmo com todas estas situações tem avançado. Usamos tecnologias próprias para nosso ambiente e isso tem dado resultado. Segundo o Ministério da Agricultura o valor bruto da agropecuária brasileira previsto para este ano é de R$ 1,1 trilhão. Quase 10% maior que o faturamento bruto de 2020. Olhem o quanto estamos produzindo e isso dá uma força pra gente continuar trabalhando”, afirmou.

Daine destacou a importância da SRB para os produtores e Mário destacou que hoje o agro no Brasil é comando por duas Teresas. A ministra Tereza Cristina e Teresa Vendramini da SRB. Os presidentes agradeceram a participação da presidente na Megacana ressaltando o importante papel que a SRB tem feito na defesa dos interesses do agronegócio.

A Megacana Tech Show é idealizada pela Canacampo e Siamig, sendo realizada pela Agência Solis. O programa acontece todas as quintas-feiras, às 19h, por meio de link no site www.megacana.com.br e pelo youtube da feira.  Serão 18 programas da Megacana TV até o dia 09 de dezembro. A Megacana é patrocinada pelas mais importantes empresas do segmento, sendo: Coruripe, Ubyfol e Koppert e SmartBreeder (Master) e Basf, Copercana, FMC, Bayer, H2Copla e Coplacana (Ouro).

Assessoria de Imprensa da Megacana