PRIMAVERA DEVE TER CHUVAS DENTRO DA MÉDIA HISTÓRICA NAS REGIÕES PRODUTORAS DO BRASIL
A primavera deve ter chuvas dentro da normalidade no Brasil. A previsão é que as precipitações cheguem mais cedo e fiquem na média em comparação ao mesmo período de 2020, quando provocou impactos no campo e atrasou o início do plantio da safra.
De acordo com Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima, a tendência é que a partir desta semana, que marca o início da nova estação, grande parte do Brasil já receba bons volumes de chuva.
“Agora está chovendo mais no Sul e na faixa oeste do Brasil, na região que abrange Rondônia e o Parecis, no Mato Grosso. Daqui a pouco, essas chuvas vão avançando e, com isso, vão chegar gradativamente em grande parte do Brasil”, destaca.
As precipitações mais frequentes e volumosas até o fim de setembro devem ser observadas no Rio Grande do Sul, em Mato Grosso do Sul, Rondônia, Acre e Amazonas. Já para outubro e novembro, o volume de chuva deve ser maior sobre Sudeste, Centro-Oeste e Norte.
“Há uma tendência de que a hora que começar a chover bem no Cerrado, em meados de outubro em diante, o final do mês e o começo de novembro devam ser mais secos no Sul, principalmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina", afirma Santos, da Rural Clima.
Ainda na avaliação do agrometeorologista, existe uma tendência de que a partir da virada de setembro para outubro as chuvas se tornem generalizadas, características da primavera.
“Estamos caminhando para um La Niña Modoki (de fraca intensidade). Ele deve trazer uma condição tranquila para as áreas produtoras do Brasil com relação às chuvas. Acho que tem tudo para ser ano de neutralidade”, avalia.
De acordo com a Climatempo, os principais centros globais de monitoramento de clima apontam que o La Niña Modoki estará completamente configurado na virada de setembro para outubro. Um aspecto especial do fenômeno é estimular mais chuva durante a primavera do que no verão.
Segundo o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Mozar Salvador, o fenômeno, de forma branda, poderá favorecer as regiões Norte e Nordeste do país com mais chuvas.
“O La Niña, caso ocorra, será de forma fraca e de curta duração, junto com a ação do dipolo do Atlântico, que, caso seja mais forte, pode atenuar ou melhorar a situação”, diz. De acordo com o especialista, o fenômeno poderá beneficiar principalmente a região do Matopiba (Maranhã, Piauí, Tocantis e Bahia).
Previsões por região
Norte
A previsão do Inmet é de chuva acima da média climatológica entre setembro e novembro. A exceção é o oeste da região amazônica, onde a tendência é de chuvas próximas à média. Por outro lado, há predomínio de déficit hídrico em grande parte do Norte em setembro, com retorno da umidade para a parte centro-sul da região somente em novembro.
Nordeste
Deve ter chuvas acima da média histórica para a primavera, aponta o Inmet. Na parte leste, existe a tendência das chuvas ficarem próximas a climatologia. Para o período, a parte norte da região deve enfrentar déficit hídrico no solo, principalmente no centro do Piauí. Por outro lado, no sul, há possibilidade de ocorrer excedente hídrico, principalmente em novembro.
Centro-Oeste
O Inmet indica tendência de precipitação acima da média do período em Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. Para o Mato Grosso do Sul ainda se prevê uma certa irregularidade das chuvas. Entre setembro e outubro, áreas de deficiência hídrica para o solo devem predominar. Já para novembro, a tendência é de excedentes hídricos em áreas isoladas.
Sudeste
No centro-norte de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, estão previstos volumes de chuva acima da média. Já no sul de MG e em São Paulo, as chuvas devem permanecer próximas a média. A previsão aponta déficit hídrico no norte de MG e noroeste de SP em setembro e outubro. Para novembro, a tendência é de excedentes em áreas isoladas.
Sul
A tendência é de chuvas um pouco abaixo da média em praticamente toda a região. Porém, diz o Inmet, há possibilidade de chuvas ligeiramente acima da média sobre o leste de Santa Catarina e Paraná. Até novembro, a previsão indica predomínio de excedente hídrico para o solo em quase toda a região, porém, há chance de redução de umidade ao fim do trimestre.
Por Marcos Fantin
Fonte - Globo Rural