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PROFESSOR CRUSCIOL FALA SOBRE ESTRESSE HÍDRICO E ALTERNATIVAS PARA SUPERAR ESTE DESAFIO NA MEGACANA

A Megacana Tech Show da última quinta-feira, dia 02, ofereceu uma aula no painel “Fisiologia da Planta”, com o PhD no assunto, professor Carlos Alexandre Costa Crusciol, ou professor Crusciol como é chamado no setor do agronegócio,

Ele falou sobre uma publicação recente na revista Science, onde os autores colocam que a seca, por si só, dá mais perda anual na área agrícola que todos os patógenos combinados. Segundo Crusciol, quando a planta é afetada pela seca, ela fecha o estômato, que é uma fissura que ela tem e perde água para entrar o carbono.

No entanto, a água que ela tem dentro, com o sol, gera energia elétrica no seu interior, no que se chama de transporte elétrico. Assim, explica ele, o sol quebra a molécula d’água e gera corrente elétrica que deveria ser usada para formação de energia – ATP – para toda a “maquinaria” da planta. “E estes elétrons não têm onde serem descarregados porque o estômato está fechado e o ciclo de formação do ATP de energia está interrompido”, explicou.

Assim, segundo Crusciol a planta é obrigada a descarregar estes elétrons que está aumentando a corrente dentro dela, no oxigênio que é proveniente da quebra da molécula d’água, que forma espécies reativas de oxigênio que atacam o RNA e o DNA da planta. Isso, explica o professor, reduz a síntese de proteína, enzimas e lipídios.

O professor seguiu explicando que para poder se defender, a planta usa um protetor solar, por assim dizer, que são os carotenoides. E isso reduz a síntese hormonal da mesma. Desta forma, a planta sai do seu equilíbrio e de uma hora para outra, como o canavial, por exemplo, seca.

“A formação destas espécies reativas maléficas, mas que são na verdade um mecanismo da planta para tentar se defender,  aumentam em forma exponencial. E isso acaba por reduzir a síntese hormonal, fazendo com que a planta demore para retomar o crescimento e também reduz a síntese de sacarose levando a queda da produção”, destacou.

 

Alternativas - Ainda durante seu painel, Crusciol falou sobre as alternativas para que os canaviais recuperem e retomem o crescimento. Entre elas, disse, estão à nutrição mineral e os bioestimulantes. Ele lembrou, no entanto, que o magnésio – um macronutriente -, ferro, cobre, zinco, manganês, boro, molibdênio e níquel que são micronutrientes estão relacionados diretamente ao estresse por seca e geada. “São ativadores de enzimas que combatem estas espécies reativas de oxigênio, basicamente. São bombas relógios que podem ser desarmados com os estimulantes, como ácidos fúlvicos, extratos de alga, aminoácidos e alguns tipos de açúcares. Então a gente pode usar isto e trabalhar neste primeiro momento. Claro, que a gente depende de ter chuva, de ter água, pois não adianta produto se não tenho água para provocar o alongamento celular. Sem contar que a água é também um desintoxicante”, destacou.

Segundo ele o produtor deve observar se a planta apresentou turgidez (emissão de uma ou duas folhas novas) e aí aplicar a nutrição, junto com aminoácidos até em uma soqueira para ativar o mecanismo de defesa da planta. E quando tiver folha e já fechando a entrelinha do canavial, o produtor pode aplicar os aminoácidos, nutrição e precursores hormonais. Atualmente há produtos a base de extrato de alga que tem hormônio antiestresse. De acordo com Crusciol isso é importante, pois se o hormônio estiver baixo, a planta não responde bem aos tratos culturais. “Ao usar estas tecnologias o produtor pode mitigar e acelerar o processo de retomada do crescimento do canavial”, disse.

 

O uso dos micro-organismos - Ainda no painel da Megacana – Fisiologia da Planta, o professor destacou o potencial dos micro-organismos, que segundo ele tem uma produção mais limpa, mas que deve ser observada com cuidado, pois também há micro-organismos maléficos.

Entre os benéficos, por exemplo, está o Trichoderma asperellum, que tem potencial grande, pois interage com a planta, segundo o professor, que afirmou que se tem observado que aumenta o crescimento radicular e também melhora a eficiência da utilização da água pela planta, que apresenta atividade hormonal maior com esse micro-organismo.

“Hoje existem tecnologias que vem em combo, uma série de micro-organismo benéficos que ajudam a planta aliviando o estresse,  além dos precursores hormonais, como por exemplo, auxina, que atua na raiz em profundidade e na parte aérea em altura. O conhecimento sobre a utilização dos micro-organismo interagindo com a fisiologia da planta ainda é pequeno, mas tem evoluído a passos largos e observamos que eles também aliviam a planta do estresse abióticos, por exemplo, da seca”, finalizou.

A Megacana Tech Show é idealizada pela Canacampo e Siamig e tem a Agência Solis como realizadora. A feira é patrocinada por grandes empresas e multinacionais do setor: Coruripe, Ubyfol e Koppert e SmartBreeder (Master) e Basf, Copercana, FMC, Bayer, H2Copla e Coplacana (Ouro). Totalmente virtual, a Megacana terá 18 programas até o dia 09 de dezembro, todas às quintas-feiras, 19h, pelo site www.megacana.com.br ou youtube.

Da redação

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