DIRETOR DA USINA JAPUNGU FALA DOS DESAFIOS DAS UNIDADES NO NORDESTE E CENTRO SUL
José Bolivar de Melo Neto participou, ontem (02), do painel os “Presidentes Convidam”, da Megacana Tech Show. Bolivar, como é conhecido o diretor da Usina Japungu, bateu um papo sobre manejo de cana-de-açúcar com Daine Frangiosi e Mário Campos, presidentes da Canacampo e Siamig, respectivamente.
Em relação às estratégias do processo produtivo nas unidades do grupo que se encontram no nordeste e centro sul do Brasil, Bolivar lembra que o grupo está em três Estados diferentes, sendo São Paulo, Goiás e Paraíba e com as unidades em estágios de maturidade também distintos.
“Temos uma atividade mais madura no Nordeste, investindo mais em tecnologia de irrigação, do gotejo. Minas Gerais é um ambiente novo estamos conhecendo agora. E em Goiás estamos em fase intermediária. Nos três ambientes estamos investindo em irrigação. E dentro das tecnologias que estão disponíveis, achamos que a irrigação é a que agrega mais valor, pois amplia nossa competitividade e produtividade. No nordeste com gotejamento. Já no Centro Sul é por aspersão”, afirmou.
Em relação a competitividade entre as unidade do nordeste e as do centro sul, Bolivar destacou que também são questões diferentes, visto que no nordeste há uma estabilidade climática maior, o solo menos favorável e a topografia semelhante. Mas, por outro lado, o custo do arrendamento é menor do que o do centro sul e também há uma barreira logística, sendo R$0,40 o Etanol e R$ 18 o saco de açúcar, aproximadamente.
“isso nos ajuda a poder competir. Mas crescer no nordeste é difícil, pois não há área suficiente, então temos que crescer verticalmente. Para isso estamos trabalhando com o gotejo. Já no centro sul os desafios são outros. Hoje a expansão tem dificuldade devido a competição com os grãos e tem mais dificuldades para conseguir as outorgas. Então, são situações diferentes, mas sendo o centro sul mais fácil, que o nordeste”, avaliou, reforçando, no entanto, que investindo em tecnologia há a possibilidade de ser competitivo.
Sobre as irrigações, Bolivar falou que o gotejamento é o suprassumo da tecnologia. Ele explicou também que faz uso da irrigação, defensivos agrícolas, inseticidas e tecnologias que somam a este trabalho. “No nordeste temos avançado com gotejamento, temos também aspersão, pivô central rebocável e fixo. Este tipo de irrigação é basicamente de complemento ou salvamento. No gotejamento obtemos o melhor resultado. No centro sul, por termos área arrendada e não ter muita própria fazemos a irrigação por aspersão e no futuro devemos fazer também com pivô central. Lá também temos irrigado a cana alta, antes do corte e tem sido positivo”, disse ele.
Para Bolivar, cada lugar tem estágios e tecnologias diferentes. Seja pela limitação de arrendamento ou pela maturidade da empresa para ter tecnologia avançada.
Em relação à safra do nordeste, Bolivar revelou que teve o pior julho da história, comprometendo a performance da empresa este ano. “Mas agosto está melhor do que os agostos dos últimos anos, e pode ser que a quebra seja menor, em torno de 5%.”, finalizou.
A Megacana Tech Show é idealizada pela Canacampo e Siamig e tem a Agência Solis como realizadora. A feira é patrocinada por grandes empresas e multinacionais do setor: Coruripe, Ubyfol e Koppert e SmartBreeder (Master) e Basf, Copercana, FMC, Bayer, H2Copla e Coplacana (Ouro). Totalmente virtual, a Megacana terá 18 programas até o dia 09 de dezembro, todas às quintas-feiras, 19h, pelo site www.megacana.com.br ou youtube.
Da redação