Leonardo Alencar da XP destaca o “bom humor do setor” com o açúcar e o etanol em alta
Para ele, a safra brasileira é em grande parte responsável pelo bom humor do setor, que vê o preço dos seus produtos subindo. Com a quebra de safra e sendo o maior produtor de açúcar, o Brasil interfere nos preços. O painel foi transmitido nesta quinta, dia 19, pela Megacana TV.
Segundo Alencar, se olhar para o lado da usina, os produtos etanol e açúcar estão com preços elevados. “Até o que chamamos de guerra de ATR é um problema bom para a usina, pois suas duas escolhas são positivas”. Ainda de acordo com Alencar o mercado brasileiro tem, neste momento, oferta e demanda ajustadas. “Tem demanda em recuperação para açúcar e por outro lado, retomada, reabertura das economias, movimentação, há o consumo de combustível. Todo esse ambiente de demanda aquecida e recuperação e uma quebra de safra no Brasil que é o maior produtor de açúcar, é fator suficiente para sustentar os preços mais altos no mercado mundial de açúcar, enquanto o etanol no mercado local”.
Em mais uma análise, o especialista lembra que a Índia tem grandes produtores e é um dos maiores exportadores do mundo de açúcar, mas este é subsidiado pelo governo indiano, o que propicia sua competitividade no mercado mundial. “De todo jeito o governo indiano começou um projeto para aumentar a produção de etanol e com isso vai tirar o açúcar do mercado mundial. E essa é uma variável que veio depois deste cenário de demanda ajustada, de quebra de safra do Brasil por conta da seca e depois com a geada e, agora, acrescenta a isto o fato de a Índia resolver antecipar de 2030 para 2025 e agora para 2023, o aumento da mistura do etano na gasolina”.
Alencar lembra que a Índia não tem produção de etanol suficiente para atender a meta proposta. Ou seja, o cenário é muito favorável para as usinas de açúcar do Brasil. Que em paralelo tem todas as questões do petróleo mais caro, gasolina e etanol mais altos. Ainda segundo ele, o etano anidro vem puxando um preço interessante e não falta no mercado, ao contrário do etanol hidratado que já está faltando.
“Temos usinas que fez retirada do açúcar, tem fechados os contratos de exportação e com a quebra de produtividade, por exemplo, estamos falando de 15% a 20% de quebra no Centro Sul, já não há flexibilidade para aumentar a produção. Têm usinas que precisam performar a produção e segundo informações estão comprando açúcar no mercado para performar os contratos, pois não conseguem com a produção própria. É um cenário bem favorável para as usinas, mas é preocupante se começar a faltar muito etanol, principalmente o anidro. E isto é ruim para todo o setor e temos que deixar isto claro", disse.
Enquanto o petróleo estiver nestes patamares e a gasolina também é muito positivo sustentar o preço do etanol nestes níveis, só que a quebra de produtividade tem sido uma trava, continua Alencar em sua análise. Segundo ele, o clima foi um fator de grande precificação mundial das commodities e o açúcar sustenta estes patamares. “O preço muito alto é bom para a indústria, mas é muito reflexo da quebra de produtividade. E a própria indústria não vai absorver esta alta de preço em curto prazo”.
Finalizando sua análise no painel desta semana, Leonardo Alencar afirmou que o cenário segue positivo apesar da quebra e o preço sobe mais do que as usinas vão perder em produtividade. “Isso irá compensar o resultado da usina. Mas para o consumidor o preço continua elevado e deve ficar assim até 2022. Na próxima safra, talvez já tenha espaço para acomodar um pouco, mais tá difícil esperar essa queda de preço diante dos cenários que temos observado”, disse.
A Megacana Tech Show acontece todas as quintas-feiras, às 19h, e pode ser acessada por meio de link no site www.megacana.com.br e pelo youtube da feira. Serão 18 programas da Megacana TV até o dia 09 de dezembro. A Megacana é patrocinada pelas mais importantes empresas do segmento, sendo: Coruripe, Ubyfol e Koppert e SmartBreeder (Master) e Basf, Copercana, FMC, Bayer, H2Copla e Coplacana (Ouro).
