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FIXAÇÃO DE PREÇOS DO AÇÚCAR DE 2022/23 JÁ ATINGIU 27,5%

As usinas brasileiras fixaram, em julho, o preço de exportação de 1,146 milhão de toneladas de açúcar que serão exportadas na próxima safra (2022/23), a preços consideravelmente mais elevados do que aqueles que estão sendo executados na safra atual, de acordo com levantamento da Archer Consulting. Em junho, haviam sido hedgeados para a próxima safra 530 mil toneladas.

O valor das fixações de julho ficou, em média, em R$ 2.056 a tonelada - alta de R$ 149 em relação a junho, puxada pela desvalorização do real. O preço médio fixado em julho equivale a R$ 3,60 o litro do etanol hidratado. Com isso, o valor do açúcar oferece vantagem em relação ao etanol - na B3, os contratos do hidratado que vencem ao longo da próxima safra estão abaixo de R$ 3.

Arnaldo Corrêa, sócio diretor da Archer, observou, porém, que a desaceleração das operações de hedge, iniciada em junho, continuou em julho, já que as usinas estão cautelosas com o tamanho da moagem de cana da próxima safra. Muitos analistas já estimam perdas para a produção no próximo ciclo em razão do prolongamento da seca neste ano.

O movimento de negócios na bolsa de Nova York teve forte queda entre junho e julho, de 3,15 milhões de contratos para menos de 2 milhões. Ainda assim, até 31 de julho, já havia 7 milhões de toneladas de açúcar com preços fixados para a próxima temporada, ou 27,5% do que se espera que seja embarcado. Um ano atrás, quando a antecipação da fixação batia recordes, as atividades de hedge estavam em nível inferior - alcançavam 22,5% das exportações esperadas para a safra atual.

Quase toda a exportação da safra atual está sendo feita a preços travados anteriormente, e a receita com embarques de açúcar só supera a da safra anterior por causa dos preços mais elevados. De abril a julho, a receita com exportação de açúcares (bruto e refinado) somou US$ 3,1 bilhões, avanço de 11%, enquanto o volume embarcado foi 6% menor (9,5 milhões de toneladas).

Se consideradas as fixações feitas até o momento para o açúcar a ser embarcado em 2022/23, o preço médio está em 14,78 centavos de dólar a libra-peso (sem prêmio de polarização), o equivalente a R$ 1,860 a tonelada posto no porto de Santos.

Esse preço supera os valores médios de embarque da safra atual, mas está abaixo das cotações atuais do açúcar em Nova York, que dispararam este mês - ontem, o contrato mais negociado fechou a 19,58 cents a libra-peso. Em nota, Corrêa disse que continua a sugerir às usinas a fixação em reais por tonelada, vinculando o volume a uma compra de opção de compra out-of-the-money (OTM) para aproveitar eventual alta da commodity na bolsa americana.

Fonte -  Valor Econômico

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