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Troca de gasolina por etanol no Brasil gera primeiros créditos de carbono.

 Um programa para a substituição de gasolina por etanol em frotas corporativas de veículos no Brasil conseguiu aprovação para emitir créditos de carbono, a primeira vez que esse tipo de troca de combustível gera reduções de emissões negociáveis. Segundo a empresa que lidera o programa, a EcoFrotas, um lote inicial de 2.195 créditos voluntários de carbono já foi emitido pela norte-americana Verified Carbon Standard (VCS), o maior programa global de redução de emissões de gases estufa no mercado voluntário.

Um segundo lote de aproximadamente 6.000 créditos deverá ser lançado em breve, disse a Ecofrotas, a maior gestora de frotas corporativas do Brasil, com cerca de 700 mil carros. O VCS é uma organização sem fins lucrativos que concede créditos de carbono para projetos voluntários que comprovadamente reduzem emissões de gases do aquecimento global.

No Brasil, um país onde mais de 60% dos carros podem rodar com etanol, a iniciativa da Ecofrotas pode oferecer a empresas uma opção para reduzir suas pegadas de carbono, ou uma forma de gerar receita extra com a venda dos créditos, ainda que no momento essa última alternativa seja pouco provável de ocorrer, devido aos baixos preços do carbono.

"Foi um processo complexo, porque não existiam metodologias aprovadas para receber projetos que pudessem gerar créditos a partir da troca de gasolina por etanol", afirmou Rodrigo Somogyi, gerente de Inovação na Ecofrotas. "Nós tivemos que criar a metodologia e submetê-la para aprovação no VCS antes de poder ingressar com nosso projeto", afirmou.

Projetos de geração de créditos de carbono a partir de troca de combustível são comuns no setor de energia, quando uma usina, por exemplo, substitui um combustível fóssil como carvão por biomassa ou outra fonte renovável. Mas fazer o mesmo com a troca de derivados de petróleo por biocombustíveis em veículos era algo mais polêmico, devido a críticas de que alguns combustíveis renováveis não teriam credenciais tão verdes, por algumas vezes utilizarem muita energia em sua produção ou por gerarem impactos no uso do solo devido ao aumento do cultivo das matérias-primas.

A empresa brasileira à frente do programa, auxiliada por sua parceira, a consultoria paulista WayCarbon, incluiu dados de governos como os dos Estados Unidos e da União Europeia para justificar o programa.

(Fonte: Jornal Brasil Econômico 07/07/14)

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