MONITORAMENTO POR SATÉLITE DA BASF COBRIRÁ CANA E MILHO
A Basf pretende ampliar para 3 milhões de hectares a área de cobertura global de sua ferramenta de monitoramento de pragas e doenças com o uso de satélites. No Brasil, o algoritmo comercial já está pronto para uso em plantações de algodão, e, em setembro, estará apto também para o mapeamento de canaviais. A partir de janeiro, a ferramenta estará disponível para a segunda safra de milho.
Na safra 2020/21, a multinacional alemã passou a contar com uma tecnologia que “atravessa” as nuvens, que frequentemente impedem a captura de imagens em sistemas de monitoramento por satélite. A Basf comprou uma tecnologia de micro-ondas da companhia holandesa VanderSat - a múlti não informou as condições do acordo comercial - e testou a novidade na temporada passada em cerca de 1 milhão de hectares, espalhados pelo Brasil, Estados Unidos e países da Europa.
A solução foi combinada aos satélites Sentinel 1 e 2, que agora conseguem capturar as imagens e traduzi-las em mapas de biomassa mesmo em dias nublados. “Assim, o produtor sabe exatamente o estado atual de saúde da lavoura”, diz Lucas Marcolin, gerente comercial da Xarvio, plataforma de agricultura digital da Basf. Segundo ele, durante os testes feitos ao longo da safra 2020/21, não houve relatos de problemas ou incongruência nos dados que a ferramenta gerou.
Dos cerca de 120 dias que a soja passa na terra, do plantio à colheita, o produtor costuma ficar sem imagens em no mínimo 25% do tempo, relata Marcolin. Como algumas doenças se disseminam com mais intensidade em períodos de aumento de nebulosidade e chuva constante, a dificuldade de monitoramento potencializa as perdas dos produtores.
“O produtor não conseguia ter ideia mais clara do comportamento das pragas e doenças para poder tomar uma decisão e direcionar uma prática de manejo. Ele tinha que fazer ‘no olho’, de forma empírica ou com base em calendário”, afirma.
Além de sua ferramenta de monitoramento por satélite, a Basf oferecerá os serviços da plataforma Xarvio em três pacotes. O mais completo, o Premium, dará acesso também a imagens capturadas por drones, com precisão de 2,8 centímetros por pixel. Com esse nível de detalhamento, diz a companhia, é possível detectar as plantas daninhas em diferentes fases de desenvolvimento da praga.
De acordo com a Basf, as ferramentas tornam mais preciso o uso de insumos agrícolas, com identificação das necessidades de cada zona do talhão. Marcolin acredita que, ao ajudar os produtores a aumentar sua produção e a melhorar o aproveitamento do potencial das lavouras, a tecnologia “se paga”.
Fonte - Valor Econômico