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Produção de etanol atinge nível recorde, mas não ameniza crise

 Após dois anos em baixa, a fabricação de etanol no Brasil voltou a reagir e atingiu o patamar de níveis históricos alcançados entre 2008 e 2010, quando foram registradas as maiores produções.

Em 2013, foram produzidos 27,7 bilhões de litros de etanol, volume 18% maior do que o produzido em 2012 e próximo da produção de 2008 e 2010, com 27,1 bilhões e 27,9 bilhões, respectivamente.

As informações são da "Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis", publicada neste mês pela Empresa de Pesquisa Energética, do Ministério de Minas Energia.

Além da produção de etanol, o país contabilizou a terceira maior produção de açúcar: 37,5 milhões de toneladas, atrás de 2012 (38,5 milhões) e 2010 (37,7 milhões).

Apesar dos níveis recordes, entidades do setor dizem estar em uma das piores crises da história, e sem boas perspectivas para o futuro.

Segundo o diretor técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Antonio de Padua Rodrigues, não houve ganho significativo para o setor porque o faturamento global por tonelada de cana processada sofreu queda nos últimos anos.

Segundo Rodrigues, o faturamento por tonelada foi de R$ 116,01 na safra 2011/2012 para R$ 106,08 na safra 2012/2013. E caiu para R$ 100,07 na safra 2013/2014. Queda de 13,7%.

Para a Unica, o controle de preços da gasolina pelo governo corrói a indústria do etanol. A Petrobras tem sido obrigada pelo governo a vender gasolina a preços mais baixos que os necessários para cobrir os custos com o petróleo que importa, a preços internacionais.

Com o "subsídio" ao preço da gasolina, o governo evita uma alta maior da inflação.

"Em 2007 o etanol era vendido a R$ 2,40. Hoje está em R$ 2,80, R$ 2,90. Não dá nem 20% de diferença. Como não dá para repassar os custos, as indústrias vão acumulando prejuízos", disse Rodrigues.

Para Plinio Nastari, presidente da consultoria Datagro, o controle de preços da gasolina tem comprometido a geração de caixa da Petrobrás e o cumprimento de seu plano de investimentos.

"O efeito correlato tem sido prejuízos e o desestímulo do setor canavieiro e sucroenergético, que tem como produto principal o etanol, que compete com a gasolina subsidiada", disse.

A deterioração do setor é revelada no relatório do governo, que classificou a redução como resultado de "grandes mudanças estruturais do setor energético".

Segundo o documento, o Brasil tinha 440 unidades em operação em 2010, número que caiu para 388 no ano passado. Segundo os especialistas ouvidos pela Folha, não há previsão de novas indústrias para os próximos anos.



Fonte: Folha de S. Paulo

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