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CENÁRIO SEGUE POSITIVO PARA VENDAS EXTERNAS DE AÇÚCAR E PARA O ETANOL

A safra de cana-de-açúcar 2021/2022 não será a potência de produção e de preços verificados no ano passado, mas está longe de ser um ano ruim para produtores e usinas. A estiagem que afetou as lavouras da região Centro-Sul no período de desenvolvimento (entre dezembro e março) deverá significar uma quebra da 4%, segundo levantamento da Conab. O país deve colher 628 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, sendo 574,8 milhões de toneladas no Centro-Sul.

As usinas, entretanto, estimam produção menor, dada a intensidade do déficit hídrico. O diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), Antonio Pádua, lembra, por exemplo, que a região de Piracicaba, importante produtora, enfrenta a pior seca em 57 anos. Com isso, acredita Pádua, a safra deverá ficar mais próxima dos 540 milhões de toneladas.

Até julho, se vierem chuvas em bom volume, há possibilidade de recuperar parte da produtividade das lavouras mais tardias, mas as previsões dos meteorologistas não apontam para isso. Mesmo o teor de açúcar na cana (ATR), que costuma melhorar em períodos mais secos, não deve ter ganhos, porque a seca afeta a qualidade da matéria-prima e refletirá no volume equivalente de açúcar e álcool. No Centro-Sul, estima a Conab, o ATR médio deve sair de 145,1 quilos por tonelada de cana para 139,6.

Os fundamentos de preços no mercado seguem bons por conta dessa redução da produção e também pela demanda elevada por açúcar e álcool no mercado, diz Tomas Manzano, CFO da Copersucar. As usinas, no início do ano passado, com a chegada da pandemia, foram ágeis em ler os reflexos negativos na demanda de combustíveis e movimentaram rapidamente o mix de produção, dando peso à fabricação de açúcar. Além disso, “o câmbio desvalorizado ajudou nas exportações de açúcar”, diz Manzano, o que garantiu uma remuneração favorável. Mesmo que o câmbio teste o piso abaixo de R$ 5,00, seguirá sendo interessante para remuneração do setor.

O diretor presidente da Tereos, Pierre Santoul, acredita que a quebra de safra poderá ficar em torno de 8% a 12% este ano. Mas os sinais de demanda aquecida para açúcar e combustíveis no mundo devem manter os preços firmes, com espaço para subir um pouco nos próximos 6 meses especialmente no caso do açúcar. Para o etanol as perspectivas também são boas.

A política de paridade do preço interno da gasolina com o mercado internacional tem ajudado a sustentar os preços do combustível. No caso do açúcar, diz Santoul, os bons preços abrem, inclusive, possibilidade de precificação da safra futura de 2022/23. Os contratos da safra 21/22 que estão na casa dos US$ 0,13 a 14 por libra-peso, são cotados entre US$ 0,16 a 0,17 para a safra 22/23, indicando que o setor tem uma perspectiva positiva para os próximos anos.

Por Carlos Raíces

Fonte -  Valor Econômico

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