CAIXA VAI OFERTAR R$ 35 BI EM CRÉDITO AO CAMPO EM 2021/22
Estreante na operação da subvenção federal no crédito rural, a Caixa vai disponibilizar R$ 7 bilhões para operações com equalização no Plano Safra 2021/22. Outros R$ 28 bilhões em recursos próprios completam os R$ 35 bilhões que serão ofertados para financiamentos ao campo a partir de 1º de julho, montante recorde para o banco.
O foco será o atendimento aos agricultores familiares e as linhas de armazenagem e irrigação, segundo o presidente da instituição, Pedro Guimarães. Ele disse que a entrada no segmento é “natural” e reforçou que quer tornar a Caixa “o banco do agronegócio brasileiro” em poucos anos. O executivo disse que o pedido ao governo para estrear no Plano Safra era maior, de R$ 15 bilhões.
Para começar a operar a equalização, a Caixa reforçou equipe e ampliou para 80 o número de agências focadas no agronegócio que serão abertas em todo o país. Os números da safra 2020/21, que não teve subvenção, também animam o banco. Foram cerca de R$ 10 bilhões liberados para os produtores em mais de 5 mil contratos, 102% mais que no ciclo anterior. Nos investimentos, o desembolso chegou a R$ 1,3 bilhão, um incremento de quase 2.000%.
Foco em investimentos
“O foco da Caixa são os investimentos, porque capital de giro todos os bancos ofertam”, afirmou Guimarães em evento virtual. Os recursos vão apoiar, sobretudo, a construção de silos e armazéns, prioridade do Ministério da Agricultura, e a agricultura irrigada.
O executivo destacou que a Caixa atuará junto a produtores mais carentes, os que não têm acesso em outros bancos e aqueles com propriedades regularizadas recentemente, que não tinham crédito disponível. Uma das novidades é o lançamento do Pronaf+Fácil, com medidas para desburocratizar os financiamentos aos agricultores familiares.
Dos R$ 35 bilhões, R$ 10 bilhões serão destinados para as diversas linhas de investimentos, que englobam também a aquisição de máquinas, inovação e os projetos de agricultura de baixo carbono. Outros R$ 8 bilhões vão para linhas do ciclo pós-colheita, como comercialização e industrialização, estocagem, garantia de preço e transformação de produtos pelas cooperativas. As linhas de custeio, principalmente do Pronaf, terão R$ 17 bilhões.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o valor da subvenção poderá ser ajustado no meio do ano-safra caso o desempenho esteja acima do planejado.
Ganho para pequenos produtores
Segundo a ministra, a participação da Caixa no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) pode ser um fator de ganho para os pequenos produtores, área considerada a “mais difícil” para atuar devido à necessidade de conhecimento e de capilaridade.
Tereza Cristina afirmou, ainda, que a entrada da Caixa na aplicação dos recursos equalizados e na busca pelo “carimbo da agropecuária” gerou uma “competição saudável” que vai ser revertida em benefício aos produtores rurais. “A determinação da Caixa de trabalhar o financiamento da agropecuária brasileira criou uma expectativa, e outros bancos também nos procuraram. No ano passado ficamos tristes porque não tivemos tantas instituições, e ano que vem queremos mais. Quem ganha com isso é o produtor rural”, completou.
O Valor mostrou que os spreads bancários já sofreram leve redução para o próximo Plano Safra por conta da maior concorrência pela equalização. Ao todo, 12 bancos devem aplicar os R$ 13 bilhões separados pelo Tesouro para a subvenção do crédito rural na temporada 2021/22.
Fonte - Valor Econômico