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CTC ELEVA GANHOS COM ROYALTIES E QUINTUPLICA LUCRO NA SAFRA 2020/21

Embora a maior parte das usinas tenha reduzido significativamente a área de plantio de cana na safra passada (2020/21) para reforçar a moagem em meio à pandemia, o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) continuou aumentando seus ganhos com os royalties das variedades vendidas no país. Ganhando participação de mercado, a empresa encerrou a temporada com lucro de R$ 224,9 milhões, mais que cinco vezes o do ciclo anterior.

A receita líquida, composta basicamente de pagamento de royalties, cresceu 38,1%, para R$ 337,9 milhões. O CTC alcançou a meta que tinha para aumentar sua participação de mercado na safra passada mesmo com a redução do plantio pelas usinas.

Das variedades plantadas na safra, 39,5% eram do CTC, 3,5 pontos percentuais a mais do que na safra anterior. Considerada a área cultivada, chegou-se ao fim da safra com 25% do total pertencendo a alguma variedade protegida pelo CTC.

Gustavo Leite, CEO do CTC, comemorou os resultados em um ano adverso para o plantio de cana. “Se o cliente aceita pagar, é porque tem diferencial de qualidade muito grande, o que fez com que nossas vendas crescessem bastante”, disse o executivo, ao Valor.

A apuração de royalties devidos pelos produtores é feito ao fim de cada safra, após a colheita da planta, quando o CTC recebe relatórios com mapas indicando a área que eles cultivaram com variedades licenciadas pela empresa. Os dados são checados com uma auditoria e, em caso de inconsistências, são checados com imagens de satélite e softwares capazes de identificar os locais onde houve cultivo de variedades de cana do CTC.

A cobrança é referente a um terço do valor adicional que a variedade do CTC proporciona em produtividade, na comparação com as variedades tradicionais usadas pelo produtor, e incide sobre todos os cortes da cana, que duram em média cinco safras. Em seu balanço, o CTC reconhece a previsão de receitas futuras de R$ 802 milhões com royalties em áreas já plantadas e que serão colhidas nas próximas temporadas – a maior parte dessa receita prevista deve entrar no caixa da empresa nesta e na próxima safra.

Dentre as variedades de cana do CTC que estão em comercialização, duas são transgênicas, mas a empresa já possui autorização para comercializar cinco. Todas se referem ao mesmo desenvolvimento, que foi a introdução na cana do gene que protege a planta da broca-da-cana.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) triplicou e foi a R$ 178,3 milhões, enquanto o caixa líquido quase dobrou, para R$ 224,9 milhões.

O montante empenhado com pesquisa e desenvolvimento (P&D) cresceu, mas acabou sendo diluído nas vendas diante da melhora das receitas. Foram aplicados R$ 146,1 milhões em P&D, 6% mais que na safra anterior, mas que acabaram representando 43% da receita obtida, enquanto na safra anterior esse percentual tinha superado metade do faturamento (56%).

“O orçamento é dimensionado para atender as necessidades identificadas, e não em relação à receita. Para P&D, a limitação não é de recursos, mas de ideias. Temos que ter todos os meios disponíveis pra que os cientistas resolvam os problemas”, afirmou o CEO do CTC, que no ano passado contratou 20 novos cientistas para suas frentes de pesquisa.

Segundo Leite, com o tempo, a perspectiva é que os investimentos em P&D sejam diluídos na receita e se estabilizem em 10% a 12%, como ocorre com as gigantes de biotecnologia atualmente.

Fonte -  Valor Econômico

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