NOVAS REFINARIAS NO ORIENTE MÉDIO ELEVAM DEMANDA POR AÇÚCAR DO BRASIL
Três novas refinarias de açúcar estão sendo construídas no Oriente Médio e devem acrescentar 3 milhões de toneladas à capacidade instalada atualmente de processamento de açúcar bruto, o que pode aumentar a demanda pelo produto brasileiro, segundo a trading britânica Czarnikow.
Duas das novas unidades estão sendo erguidas na Arábia Saudita e deverão ficar prontas entre o último trimestre deste ano e o primeiro trimestre do próximo ano, enquanto outra planta está sendo erguida em Omã e deve ser concluída em 2023.
Atualmente, a região que engloba Oriente Médio e norte da África tem oito refinarias de açúcar em atividade, que têm capacidade de refinar cerca de 9,3 milhões de toneladas ao ano. Elas estão localizadas na Argélia, Egito, Iraque, Marrocos, Omã, Arábia Saudita, Tunísia e Emirados Árabes Unidos. Estes países foram o destino de cerca de 28% das exportações de açúcar do Brasil no ano passado.
Na estimativa da Czarnikow, o maior beneficiado desses investimentos na região será o Brasil, que já é o maior exportador mundial de açúcar bruto e possui custo e logística competitivos para atender o Oriente Médio. A trading estima que, se as três refinarias operarem em plena capacidade, vão demandar do Brasil 2,5 milhões de toneladas de açúcar bruto ao ano, 10% a mais do que na safra passada.
Essas novas unidades também aumentarão a presença global do açúcar refinado desses países no mundo. A Czarnikow calcula que, considerando que a região tem um consumo local de 8 milhoes de tonelada de açúcar refinado ao ano, a adição de capacidade deverá permitir a esses países exportar 4,3 milhões de toneladas de açúcar refinado anuais — caso todas as unidades operem em suas máximas capacidades.
Essas exportações deverão ir principalmente para o Iêmen e o leste da África, acredita a trading. Inicialmente, as novas refinarias podem ter dificuldades de conseguir participação de mercado nesses locais, mas a redução da participação da Índia do mercado de açúcar refinado global, decorrente do novo mandato de etanol, pode abrir espaço, avalia a casa britânica.
Fonte - Valor Econômico