Pedro Lupion defende Plano Safra robusto e alternativas de crédito para manter força do agro brasileiro
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), destacou a importância de fortalecer o setor agropecuário brasileiro com um plano safra robusto e a necessidade de criar alternativas de financiamento que garantam a competitividade, a geração de empregos e a responsabilidade econômica do setor.
O parlamentar participou da cerimônia de abertura oficial da Agrishow neste domingo (27), em Ribeirão Preto – SP, ocasião na qual, reforçou que o agro brasileiro é motivo de orgulho e protagonista no cenário mundial, mas tem desafios estruturais que precisam ser enfrentados com políticas públicas consistentes. "Nos orgulhamos do nosso agro, mas temos que reconhecer e superar seus desafios. Eventos como a Agrishow são oportunidades de discutir soluções reais", afirmou.
Segundo o deputado, a Frente Parlamentar apresentará nesta segunda-feira (28) sua proposta para o Plano Safra 2025/2026, que precisa ser "contundente e robusto" para atender às necessidades de pequenos, médios e grandes produtores.
Lupion explicou que, embora o Plano Safra oficial contemple cerca de R$ 599 bilhões em financiamento subsidiado, o setor movimenta R$ 1,3 trilhão anualmente graças principalmente à iniciativa privada, que representa cerca de 800 bilhões desse montante. "O recurso público direto representa apenas 2,2% do total investido no agro. Isso mostra que precisamos de uma política de Estado, e não de governo, para garantir crédito barato e acessível", destacou.
Ele também enfatizou a importância dos Fiagros (Fundos de Investimento do Agronegócio) como alternativa de financiamento privado e fez um apelo para que esses fundos continuem isentos de taxações que prejudiquem a competitividade do setor. "A manutenção dos Fiagros livres de impostos excessivos é uma luta fundamental para o futuro do agro", disse.
Lupion chamou atenção para a situação crítica do seguro agrícola no Brasil. Entre 2014 e 2024, apenas R$ 9 bilhões foram destinados a seguros, enquanto a área segurada caiu pela metade, de 14 milhões para 7 milhões de hectares.
"O sistema atual é falho e não atende às necessidades de uma safra tão grande quanto a nossa. Por isso, propusemos uma reforma, baseada em modelos bem-sucedidos como os dos Estados Unidos, México e Índia", explicou o deputado, referindo-se ao projeto de lei que já tramita no Senado, sob a liderança da senadora Tereza Cristina. (PP-MS).
O objetivo é implementar um sistema que reduza a dependência exclusiva do Estado e permita financiamentos atrelados a apólices de seguro agrícola mais eficientes, garantindo mais segurança tanto para produtores quanto para financiadores.
O presidente da FPA também abordou os problemas de infraestrutura enfrentados pelo agro brasileiro, como a falta de capacidade de armazenagem e irrigação. "Nossa armazenagem é o caminhão indo para o porto. Isso não é sustentável para quem quer ser líder mundial", criticou.
Além disso, ressaltou a dificuldade de contratação de mão de obra no campo, citando entraves legais que impedem a formalização adequada dos trabalhadores safristas. "Aprovamos a lei dos safristas na Câmara, mas ela trava no Senado. Precisamos garantir condições para formalizar os trabalhadores sem que isso gere insegurança jurídica para o produtor", alertou.
Lupion também criticou a legislação ambiental brasileira, considerada uma das mais restritivas do mundo, e destacou a resiliência do produtor rural diante dos desafios. "Mesmo com todas as limitações ambientais, trabalhistas e de infraestrutura, o agro brasileiro continua competitivo e é referência mundial", afirmou.
Por fim, Pedro Lupion expressou otimismo em relação à Agrishow deste ano, que considera um verdadeiro "termômetro" do setor agropecuário brasileiro. "Espero que tenhamos um evento de extremo sucesso, que mostre a força, a pujança e principalmente a resiliência dos nossos produtores. O Brasil é grande, o agro é forte, e juntos vamos continuar vencendo os desafios", concluiu.
Via Canaonline
