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Preço médio dos CBios tem queda de 5,3% na segunda quinzena de agosto

Os preços dos créditos de descarbonização (CBios), vinculados ao programa RenovaBio, caíram na segunda quinzena de agosto. No período, o valor médio dos títulos foi de R$ 128,60, queda de 5,3% em comparação com a primeira metade do mês.

Os números são resultado de cálculos realizados pelo NovaCana a partir dos dados da bolsa de valores brasileira (B3), única entidade registradora do programa.

Apesar da retração, o preço ficou 14,2% acima da média de 2023, de R$ 112,56, e 53,9% além da média histórica do programa, de R$ 83,57.

Ainda segundo a B3, na segunda metade de agosto, foram comercializados 2,37 milhões de CBios, alta anual de 98,5%. No mesmo período de 2022, 1,2 milhão de créditos foram negociados.

Na quinzena, os preços oscilaram entre R$ 114,05 e R$ 138. O valor mais baixo foi registrado no dia 28, enquanto o maior foi visto nos dias 16 e 21.

“Os números refletem todas as operações de compra e venda envolvidas em um ciclo de negociação. Assim, no caso de intermediações realizadas por corretoras ou outras instituições, primeiro é realizada uma operação de compra das quantidades e, depois, uma operação de venda para o investidor final”, explica a B3.

A registradora afirmou ao NovaCana que as negociações a termo já estão disponíveis em seu sistema. De acordo com a entidade, as operações serão divulgadas na data de registro e, caso não sejam liquidadas, serão retiradas do histórico.

Posse e aposentadoria

No primeiro dia de setembro, a B3 iniciou a sessão com 29,73 milhões de CBios em circulação. Do total, 68,7%, ou 20,41 milhões de CBios, estava em posse das distribuidoras que têm metas a cumprir no programa.

Já as usinas certificadas detinham 8,13 milhões de CBios, o equivalente a 27,5% do montante. Por fim, os 1,15 milhão restantes (3,9%) estavam com investidores sem metas.

Entre 1º de janeiro e 31 de agosto, 17,35 milhões de títulos foram aposentados, com 2,7 milhões saindo de circulação na última quinzena. Levando em conta o acumulado desde o início de 2022, por sua vez, 34,18 milhões de CBios foram retirados de circulação.

Desta forma, considerando os CBios aposentados desde janeiro de 2022 e os que se encontram atualmente no mercado, o total de créditos chega a 63,91 milhões. Este volume seria suficiente para cobrir a meta de 2022 com um excedente de 27,93 milhões de CBios, ou 74,5% do objetivo de 2023.

Como a B3 não informa quem solicitou a aposentadoria dos créditos, é possível que uma parte deste volume seja referente a investidores que não têm compromissos com o programa. Ainda que esteja previsto que a retirada de títulos feitas pelas chamadas “partes não obrigadas” possa ser deduzida dos objetivos finais do RenovaBio, as aposentadorias do ciclo atual devem ser contabilizadas apenas para o próximo.

Queda nas emissões

Na segunda quinzena de agosto, as usinas certificadas no RenovaBio registraram uma queda anual de 2,8% na emissão de títulos, totalizando 1,81 milhão de CBios. No acumulado de 2023, a geração de créditos já soma 22,24 milhões, alta de 9,6% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

Contando os créditos emitidos desde o começo de 2022, por sua vez, já foram colocados em circulação 53,47 milhões de CBios.

Este montante ultrapassa em 48,6% a meta estabelecida para o ano passado, de 35,98 milhões de créditos, e que deverá ser comprovada até setembro de 2023.

As obrigações de 2023, de 37,47 milhões de CBios, deverão ser entregues até março do próximo ano.

De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), 325 unidades participam do RenovaBio atualmente. Destas, quatro fabricam biometano e outras 38, biodiesel.

Dentre as 283 usinas de etanol certificadas, 270 utilizam apenas a cana-de-açúcar como matéria-prima; seis processam cana e milho; seis, apenas milho; e uma produz biocombustível de primeira e de segunda geração de forma integrada.

Desde o início do programa até agora, 102,85 milhões de CBios já foram emitidos pelas usinas.

Giully Regina – NovaCana

 

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