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Preços do açúcar recuam na ICE por conta de produção mais forte no Brasil

Os futuros de açúcar negociados na ICE caíram nesta quarta-feira, 26. Em Nova York, o contrato de açúcar bruto com vencimento em outubro recuou 0,3 centavo de dólar, ou 1,22%, para 24,39 centavos de dólar por libra-peso. Já em Londres, o açúcar branco para outubro teve retração de US$ 7,10, ou 1,02%, indo a US$ 686,30 por tonelada.

Os preços do açúcar recuaram seguindo a tendência negativa de terça-feira, motivada por sinais de aumento na produção de açúcar no Brasil.

A União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica) informou na terça-feira que a produção de açúcar do Brasil Centro-Sul na primeira quinzena de julho aumentou 8,9% na comparação anual, para 3,24 milhões de toneladas. Com isso, no acumulado, o volume fabricado no acumulado da safra 2023/24 até meados de julho aumentou 21,9%, para 15,47 milhões de toneladas. Além disso, 48,14% da cana moída foi utilizada para a produção do adoçante neste ano, ante 43,54% no ano passado.

As condições climáticas favoráveis do Brasil levaram a trading de açúcar Czarnikow a aumentar sua previsão de produção de açúcar no Centro-Sul em 500 mil toneladas, para 38,2 milhões de toneladas. Já a Datagro previu em 29 de junho que o Centro-Sul do Brasil, a principal região produtora de açúcar, produzirá um recorde de 39,1 milhões de toneladas de açúcar no ano-safra 2023/24 que começou em abril, alta de 16% no ano.

Apesar da retração, os preços do açúcar estão sendo sustentados pela seca excessiva na Tailândia, terceiro maior produtor mundial da commodity. Até agora, a precipitação na Tailândia está 28% abaixo do mesmo período do ano passado e o início do El Nino pode reduzir as chuvas ainda mais nos próximos dois anos. A Czarnikow prevê que a produção tailandesa de açúcar desta temporada pode cair pela primeira vez em três anos, indo ao segundo nível mais baixo desde 2009/10.

De maneira geral, há a preocupação de que o El Nino possa atrapalhar a produção global de açúcar. Este padrão climático normalmente traz fortes chuvas para o Brasil e seca para a Índia, impactando negativamente os cultivos de cana-de-açúcar. A última vez que o El Nino trouxe seca às safras de açúcar na Ásia foi em 2015/16, o que fez com que os preços disparassem.

Rich Asplund
Com tradução e informações adicionais NovaCana

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