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Investidores se posicionam no biometano; veja o mapa do mercado brasileiro

As perspectivas de crescimento do mercado de biometano têm movimentado investidores interessados em se posicionar no segmento.

O Brasil conta, hoje, com seis plantas de biometano autorizadas a operar e que produzem 195 mil m³ ao dia, na média do acumulado do ano (até maio) – a maior parte desse volume oriundo de aterros sanitários.

Outras dez unidades, contudo, estão em processo de autorização junto à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Elas somam uma capacidade instalada de 300 mil m³ ao dia.

Raízen põe o pé no biometano

A gigante do setor sucroalcooleiro prevê inaugurar em 2023 a sua primeira planta de biometano, anexa à usina Costa Pinto, em Piracicaba (SP), onde já produz etanol de segunda geração. Ao todo, a empresa investirá cerca de R$ 300 milhões no projeto, para atingir cerca de 70 mil m³ ao dia.

A companhia espera construir unidades de produção de biogás em todas as suas 35 usinas sucroenergéticas nos próximos dez anos, atingindo 3 milhões de m³ ao dia do combustível renovável. A ideia é viabilizar os projetos por meio da joint venture Raízen Geo Biogás S.A, parceria com a Geo Biogás & Tech.

Cocal prepara segunda unidade

A Cocal, empresa do setor sucroenergético, inicia neste mês de julho a construção de sua segunda planta de biogás, na unidade de Paraguaçu Paulista (SP), no oeste do estado. A expectativa é iniciar as operações em abril de 2025.

Com investimento de R$ 216 milhões, a nova unidade será 100% destinada à conversão em biometano e terá capacidade de até 60 mil m³ diários durante a safra. O volume é 140% maior em relação à planta de Narandiba (SP).

O empreendimento é desenvolvido em parceria com a empresa de tecnologia Geo Biogás & Tech. Usando equipamentos nacionais, o biogás será gerado a partir de vinhaça e torta de filtro – resíduos da industrialização da cana-de-açúcar – e outras matérias-primas.

Investidores mexem as peças

O mais novo agente do mercado de biometano é a eB Capital, gestora de investimentos alternativos que tem como um de seus fundadores Pedro Parente (ex-Petrobras), e que anunciou uma sociedade com a Sebigas Cótica para desenvolver bioprodutos a partir do tratamento de resíduos agroindustriais em larga escala, dentre os quais biometano.

Ao todo, serão investidos R$ 600 milhões até 2025 no desenvolvimento do negócio – uma plataforma de biosoluções batizada de Bioo. A primeira usina, próxima ao Polo Petroquímico do Sul, em Triunfo (RS), vai fornecer o gás renovável para a Sulgás a partir do fim de 2024, em contrato de dez anos.

Gás Verde compra ENC

A maior produtora de biometano do país, a Gás Verde, do grupo Urca Energia, comprou a empresa portuguesa ENC Energy (da GEF Capital) e vai incorporar ao seu portfólio oito térmicas a biogás. A operação é da ordem de R$ 600 milhões, incluindo os investimentos.

O plano da companhia é converter as usinas de geração de energia em plantas de produção de biometano, de olho na demanda industrial e de veículos pesados.

A empresa espera atingir uma produção de 470 mil m³ diários de biometano em 2025 e 580 mil m³ ao dia em 2026, incluindo os atuais ativos da carteira da Gás Verde, em Seropédica, São Gonçalo e Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Atualmente, produz 130 mil m³ ao dia no aterro de Seropédica.

Com a aquisição da ENC Energy, a Gás Verde passará a atuar também em São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Maranhão.

Orizon recorre ao Banco Mundial

A empresa, controlada pela Inovatec Participações, estreou em 2022 na produção de biometano e contratou recentemente um financiamento de R$ 130 milhões com o International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial voltado para o setor privado, para fortalecer a estratégia de crescimento – que tem plano de expansão em biogás e biometano em aterros sanitários.

Hoje, a companhia produz 70 mil m³ ao dia em um aterro em Paulínia (SP), mas o volume é destinado, integralmente, para a termelétrica Paulínia Verde (15,7 MW), contratada no leilão emergencial de 2021. O plano da empresa, contudo, é começar a vender o biometano para clientes industriais e distribuidoras a partir de 2024.

Além da expansão da planta de Paulínia, a companhia está instalando uma usina de biometano em Jaboatão dos Guararapes (PE), para produção de 60 mil m³ ao dia, a serem entregues à distribuidora de gás canalizado pernambucana, a Copergás a partir de 2024.

MDC rumo a Manaus

A parceria entre a Marquise Ambiental e a Ecometano (MDC) quer replicar o modelo de negócios da GNR Fortaleza – primeira e única planta de biometano do Nordeste e pioneira na injeção do gás renovável na rede de gasodutos – no aterro operado pela Marquise em Manaus, no Amazonas.

Inicialmente, o biometano deve ser direcionado às indústrias instaladas na região. Mas há também a possibilidade de ofertar para outros segmentos, como o de transportes, deslocando o consumo de diesel, e o residencial.

André Ramalho, via NovaCana

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