Datagro eleva previsão de moagem de cana no Centro-Sul e vê recorde para açúcar
A safra de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil em 2023/24 está estimada em 606,5 milhões de toneladas, aumento de 10,6% na comparação com o ciclo anterior, enquanto a produção de açúcar atingirá um recorde histórico, afirmou nesta quinta-feira, 29, a consultoria Datagro, que elevou sua projeção de colheita diante de chuvas favoráveis aos canaviais.
Na previsão anterior, a consultoria previa uma safra de 598,5 milhões de toneladas para a principal região produtora de cana do país.
A despeito dos números iniciais, disse a consultoria em nota, “a avaliação da equipe de agrônomos do projeto Datagro Crop Survey tem apontado um ganho ainda maior na produtividade agrícola nos canaviais do centro-sul em razão do bom volume de chuvas”.
O clima tem favorecido especialmente as condições dos canaviais a serem colhidos no terço final da safra 2023/24, acrescentou.
A Datagro disse também que a estimativa de rendimento industrial, medida pela concentração de açúcar total recuperável (ATR) na cana, foi revisada para 140,30 kg/t. “Consequentemente, a previsão é de que a oferta total de ATR cresça 10,2%, para 85,09 milhões de toneladas em 2023/24”, destacou.
Com os preços do açúcar remunerando mais do que os do etanol desde junho do ano passado, e investimentos das usinas em adição de capacidade de cristalização, a região Centro-Sul do Brasil deverá quebrar um novo recorde na produção de açúcar, ressaltou a consultoria.
A Datagro elevou a projeção sobre a produção de açúcar do Centro-Sul em 2023/24 para 39,1 milhões de toneladas, ultrapassando o recorde anterior de 38,47 milhões de toneladas em 2020/21. A estimativa indica um aumento de 15,9% na comparação com o ciclo passado.
A produção de etanol de cana e milho foi estimada em 31,19 bilhões de litros, aumento de 7,9%, com impulso da fabricação do biocombustível a partir do cereal, que saltará 21,8%, para 5,4 bilhões de litros.
A Datagro disse que as usinas têm reportado recordes diários de moagem em uma tentativa de evitar perdas no aproveitamento de tempo caso os prognósticos de chuvas pelo El Niño se materializem.
“De toda forma, a safra 2023/24 só termina em março de 2024, ou seja, caso as chuvas voltem a ocorrer acima da média durante as operações de moagem, as usinas ainda terão o primeiro trimestre de 2024 para colher o volume remanescente de cana disponível no campo”, completa.
Roberto Samora, via Novacana