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Pico da competição entre açúcar e grãos nos portos deve ser entre maio e julho, diz StoneX

A StoneX estima que o Centro-Sul do Brasil deve exportar 29,5 milhões de toneladas de açúcar em 2023 e o porto de Santos (SP) deve escoar aproximadamente 75% desse volume.

Considerando as projeções feitas em maio para exportações de soja, de 96 milhões de toneladas, e de milho, de 48 milhões de toneladas, a consultoria estima em relatório que os embarques das três commodities possam atingir um pico no meio do ano, período em que o porto comporta 67% do total exportado anualmente nos mercados.

“Os meses de maio, junho e julho tendem a ser os mais movimentados”, afirmaram os analistas de açúcar e etanol, Marcelo Di Bonifacio Filho, e de grãos e algodão, João Lopes.

O setor sucroenergético espera grandes volumes de exportação em 2023 em função da maior oferta da commodity e dos preços elevados. Até a terceira semana de maio, a StoneX afirmou que o preço do açúcar VHP para exportação acumulava valorização de mais de 17% no ano, considerando prêmios e polarização.

“No comparativo com a média de cinco anos, a remuneração é quase o dobro, ultrapassando R$ 3 mil por tonelada”, ressaltaram Lopes e Bonifacio Filho.

Como o açúcar compete com os embarques de grãos nos portos, muito tem se discutido sobre a possibilidade de gargalo logístico, principalmente em Santos.

A StoneX estima que, caso as exportações dos três produtos registrem a dinâmica esperada, o porto de Santos iria apresentar uma expressiva movimentação ao longo dos próximos meses. “Mas apenas em julho e agosto o fluxo ficaria muito próximo – ou até acima – da máxima mensal registrada”, disseram os analistas.

Segundo a StoneX, na temporada 2022/23, as exportações brasileiras de açúcar somaram 27,74 milhões de toneladas da commodity, crescimento de 6,8% em relação a 2021/22, quando houve quebra na colheita. Do total, 24,5 milhões de toneladas foram de açúcar demerara (+6,8%) e 3,2 milhões de açúcar refinado (+7,1%).

O principal destino do adoçante brasileiro foi a China (responsável por 15% do total no período), seguida por países africanos, como Argélia, Marrocos e Nigéria, e outros do Sudeste asiático, como Bangladesh e Indonésia.

No ano passado, 74,1% das exportações de açúcar saíram do porto de Santos, totalizando 20,2 milhões de toneladas. “Historicamente, essa elevada proporção é comum, principalmente pela proximidade do porto da grande maioria das usinas em operação no país”, ressaltou a StoneX.

Em março de 2023, Santos registrou o maior patamar mensal de cargas totais exportadas da história, com 11,75 milhões de toneladas. Do total escoado pelo porto paulista no período, 6 milhões de toneladas eram de grãos e 1,3 milhão de toneladas de açúcar.

Finalizado o ciclo 2022/23, abril e maio demonstraram dificuldades da entrada da safra no Centro-Sul 2023/24 ganhar mais força. A StoneX, no entanto, acredita que a temporada vai engrenar a partir de junho para as exportações.

A estimativa da consultoria é a de que a moagem de cana-de-açúcar atinja 595,9 milhões de toneladas em 2023/24, o que significaria aumento de 8,7% frente a 2022/23.

O mix tem dado larga vantagem ao açúcar para exportação, segundo a StoneX, ante o etanol hidratado no mercado interno. A estimativa para 2023/24 é de que 47% da matéria-prima seja direcionada para açúcar no Centro-Sul do país, o que resultaria na produção de 37,2 milhões de toneladas do adoçante (+10,2% ante 2022 e o segundo maior volume da série histórica).

Por Gabriela Brumatti, via Nova Cana, Agência Estado

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