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Preços nos postos: Mesmo com redução nas refinarias, gasolina cai menos que etanol

Os destaques sobre o preço dos combustíveis na semana de 14 a 20 de maio:

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  1. Os valores do etanol caíram em 12 estados e no Distrito Federal e os da gasolina tiveram alta em 23 unidades da federação

  2. O consumo do biocombustível é considerado economicamente vantajoso somente em Mato Grosso e no Amazonas

  3. O preço do etanol hidratado teve baixa nas usinas mato-grossenses, goianas e paulistas

  4. Levantamento de preços da ANP foi realizado em 431 cidades brasileiras, uma a mais do que o visto na semana anterior


Pela segunda semana consecutiva, os preços do etanol e da gasolina caíram na média dos postos brasileiros, conforme números divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

 

Entre 14 e 20 de maio, o valor médio do biocombustível reduziu 2,4%, de R$ 4,09 por litro para R$ 3,99/L. Já o seu concorrente fóssil diminuiu 0,5%, de R$ 5,49/L para R$ 5,46/L.

Mesmo assim, o renovável segue em desvantagem comercial. De acordo com a ANP, a relação entre o preço do biocombustível e o de seu concorrente fóssil nos postos foi de 73,1% na média nacional, inferior aos 74,5% de uma semana antes. Assim, o índice supera o limite considerado economicamente vantajoso para o biocombustível, de 70%.

Os valores correspondem a um levantamento feito pela ANP em 431 cidades, incluindo a maioria das capitais brasileiras.

Nas médias estaduais, o etanol é competitivo somente em Mato Grosso e no Amazonas – no caso do segundo estado, o cenário é incomum, pois geralmente o renovável não é vantajoso na região Norte.

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Gasolina pode cair mais

Apesar do movimento ainda não ter sido sentido integralmente nas bombas, a gasolina passou por uma redução nas refinarias.

Na última terça-feira, 16, a Petrobras anunciou o fim da política de precificação que segue a paridade de preços internacionais do petróleo e a variação do câmbio. Conforme a nota oficial da Petrobras, a nova “estratégia comercial” deve usar como referência o “custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação”, e o “valor marginal para a Petrobras”.

Logo em seguida, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou que a empresa reduziria em R$ 0,40 por litro o preço médio de venda da gasolina A para as distribuidoras, passando de R$ 3,18/L para R$ 2,78/L. Os números passaram a valer no dia 17.

Conforme a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) informou no dia 18, o preço da gasolina e do diesel no Brasil ficaram abaixo da paridade de importação após a redução.

Variações nos estados

Nas usinas paulistas, o etanol hidratado saiu de R$ 2,6373/L para R$ 2,4619/L. A queda foi de 6,7%, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. Além disso, houve baixa de 7,8% nas produtoras goianas e de 4,9% nas mato-grossenses.

Em relação ao valor nos postos, com a troca da empresa terceirizada responsável pelo levantamento da ANP, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, a pesquisa foi feita em 431 cidades, uma a mais do que na semana anterior.

Segundo a ANP, de 14 a 20 de maio, os preços do etanol subiram em nove estados, caíram em 12 e no Distrito Federal, ficaram estáveis em quatro e não foram apresentados em um. Já os da gasolina tiveram baixa em quatro unidades da federação e alta em 23.

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Em São Paulo, o biocombustível teve redução de 3%, custando R$ 3,86/L em média. Já a gasolina foi vendida a R$ 5,33/L, baixa de 0,4% no comparativo semanal. Com isso, a relação entre os preços permaneceu em 72,4%; o resultado não é economicamente favorável ao renovável.

Já em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 4,07/L, queda de 1,9%. A gasolina, por sua vez, caiu 0,5%, para R$ 5,53/L. Assim, a relação entre os preços dos combustíveis ficou em 73,6%, desfavorável ao etanol ainda que abaixo ao do período anterior.

Por sua vez, Minas Gerais registrou uma queda de 3,5% no preço médio do etanol, para R$ 3,9/L, enquanto a gasolina reduziu 0,9%, para R$ 5,27/L, em média. Desta forma, o renovável custou o equivalente a 74% do preço do combustível fóssil, permanecendo sem competitividade.

Em Mato Grosso, o preço médio do etanol caiu 1,6% para R$ 3,75/L – o menor valor entre todos os estados. No período, a gasolina baixou 0,4% para R$ 5,50/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 68,2%, índice abaixo ao de uma semana antes, quando era de 69% e mantendo a relação vantajosa para o biocombustível.

Já em Mato Grosso do Sul, o etanol caiu 2,4%, para R$ 4,01/L. A gasolina, por sua vez, caiu 0,6%, para R$ 5,17/L. Assim, o valor biocombustível correspondeu a 77,6% do preço de seu concorrente fóssil, em um índice abaixo do observado uma semana antes, mas na mais alta relação dentre os seis principais estados produtores de etanol do país.

Por fim, no Paraná, o biocombustível custou o equivalente a 76,9% do preço da gasolina. No período, o renovável caiu 2,5% para R$ 4,26/L, enquanto a gasolina baixou 1,8%, para R$ 5,54/L.

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Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.

Ausência de dados

No ano passado, os dados estaduais de preços dos combustíveis referentes à semana de 18 a 24 de setembro não foram divulgados pela ANP e, portanto, não puderam ser comparados. Isso ocorreu, conforme a agência, por conta do fim do contrato com a empresa que realizava o levantamento de preços de combustíveis, em 13 de setembro.

Nas semanas de 25 de setembro a 1º de outubro e de 2 a 8 de outubro, foram divulgados números apenas das capitais brasileiras. Nos períodos subsequentes, outras cidades passaram a elencar a pesquisa, sendo que o levantamento mais recente totalizou 431 municípios.

Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro de 2022 e o cronograma prevê um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril deste ano, algo que não foi cumprido.

Gabrielle Rumor Koster – NovaCana

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