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Mercado de açúcar foca suas atenções para safra na região Centro-Sul do Brasil

Em seu relatório Agro Mensal, referente a março/2023, a Consultoria Agro do Itaú BBA, avalia que para os próximos meses, o foco do mercado de açúcar se voltará para safra brasileira na região Centro-Sul.

“Ainda há muita divergência em relação à melhora na produtividade e o volume de cana disponível para safra 2023/24. Os números variam de 580 a 600 milhões de toneladas, e a safra 2022/23 até o final de fevereiro atingiu 542 milhões de toneladas. A diferença entre os números de moagem pode acrescentar de 1 a 2 milhões de toneladas no final da safra, o que pode deixar o balanço global de açúcar mais confortável”, afirma o documento.

Segundo o relatório, outro fator que começa a ser discutido é se caso haja maior volume de cana disponível, se haverá tempo hábil para moagem considerando ainda o aumento da probabilidade de El Niño no segundo semestre que pode trazer mais umidade e diminuir o número de dias de moagem, porém ainda é cedo para concluir.

 

Ainda com relação ao clima, o relatório informa que a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) anunciou oficialmente o fim do fenômeno La Niña. Após três anos atuando, a La Niña deixa de existir e, a partir de agora, o clima global entra em uma fase de neutralidade, com o aquecimento gradual das temperaturas do Oceano Pacífico.

De acordo com a NOAA, as condições climáticas devem continuar neutras durante o outono e o início do inverno de 2023 no Hemisfério Sul.

Segundo a Climatempo, neste ano são esperadas chuvas entre a média ou acima da média sobre grande parte do interior do Brasil para o outono. A estação deve começar mais úmida do que o normal, especialmente na primeira dezena de abril, entre o Centro-Oeste, Nordeste e áreas mais ao leste da região Norte. No decorrer do mês de abril, as chuvas devem reduzir em grande parte destas áreas, como é normal para a época do ano, mas não devem cessar completamente.

“A atualização mais recente da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) passou para acima de 60% as chances de ocorrência do fenômeno El Niño durante o segundo semestre (ago-out) deste ano”, informa o relatório.

 

As chuvas no mês de março impossibilitaram que as usinas iniciassem a safra adiantada. Algumas regiões encerraram a colheita em 2022 com volume de cana bisada, que inicialmente estava planejada para ser colhida em março. Os bons volumes de precipitação nas regiões produtoras também atrasaram o plantio de cana de 18 meses. Até o momento, sem grandes impactos, dado que a safra tende a iniciar em abril, período sazonalmente normal.

O suporte de preço em NY continua sendo a paridade de exportação indiana, ao redor dos cUSD 18-18,5/lp. Com o fluxo de comercialização de açúcar apertado, e o país ainda no pico de safra e sendo importante exportador, os preços tendem a permanecer em patamares que o adoçante da Índia possa ser entregue para o mercado mundial.

As safras dos principais produtores do Hemisfério Norte também caminham para o final da produção de açúcar nas próximas semanas. Com as usinas de Índia e Tailândia encerrando as atividades antes do mesmo período de 2021/22, isso pode significar redução no volume de produção de açúcar, o que pode apertar um pouco mais o fluxo global de comercialização.

Em relação ao etanol, o documento avalia que o preço do hidratado se fortaleceu com a aprovação da Medida Provisória 1.163.

“Publicada no dia 1 de março de 2023 ela trouxe a reoneração parcial dos impostos federais nos combustíveis. Na gasolina, a alíquota do PIS/COFINS foi de R$0,47/l, no etanol produtor foi de R$0,02/l e na venda direta de etanol de R$0,09/l. A CIDE continua zerada, assim como o PIS/COFINS para as distribuidoras, sendo que todas as medidas são válidas até 30 de junho de 2023. Mesmo com a volta dos impostos na gasolina sendo maior do que no hidratado, o impacto da bomba foi reduzido. No dia 28 de fevereiro, foi anunciada a redução do preço da gasolina A nas refinarias em R$0,13/l, o que minimizou a alta do preço da gasolina ao consumidor final”, explica o relatório.

De acordo com o documento, a recente publicação da MP gerou dúvidas sobre as alíquotas e produtos. “No caso da alíquota da gasolina, não é especificado qual o tipo (A ou C). Essa classificação interfere na composição final do preço do combustível. Outra discussão estava relacionada à Emenda Constitucional nº123 a qual garantiria a manutenção, em termos percentuais, da diferença entre as alíquotas aplicáveis a cada combustível fóssil e aos biocombustíveis que lhe sejam substitutos em patamar igual ou superior ao vigente em 15 de maio de 2022.”

Por Andréia Vital, via Jornal Cana

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