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Minas Gerais entra no mapa do hidrogênio verde via setor sucroenergético

O grupo Neuman & Esser lançou no domingo, 12, a pedra fundamental da primeira unidade dedicada à fabricação de geradores de hidrogênio verde (H2V) da América Latina. E vai produzir reformadores de etanol e biometano, de olho nos clientes do agronegócio.

Com apoio da Invest Minas, a empresa alemã investirá R$ 70 milhões na fabricação de equipamentos como eletrolisadores de tipo PEM e alcalino e reformadores que poderão ser adaptados de acordo com a necessidade e os recursos de cada local de produção.

Para abrigar o empreendimento, o grupo vai ampliar a unidade da empresa no bairro Olhos D’Água, em Belo Horizonte. As informações são da Agência Minas.

“Vamos investir na extensão de nossa capacidade produtiva em Belo Horizonte, quadruplicando nossa área industrial, com foco no processo de fabricação de eletrolisadores e reformadores para geração de hidrogênio, utilizando tecnologia própria”, conta o diretor-geral da Neuman & Esser Brasil, Marcelo Veneroso.

Recentemente, a empresa entregou e comissionou o maior eletrolisador do tipo PEM instalado na América Latina, 100% industrializado em Belo Horizonte.

Commodities verdes

Minas Gerais foi o primeiro estado da região a aderir à campanha Race To Zero, da ONU, para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa até 2050.

Mas terá um longo caminho pela frente: terceiro maior emissor brasileiro, Minas Gerais lançou 168 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera em 2021. Desse total, 36% vieram da agropecuária, 22% de mudanças no uso da terra (desmatamento), 21% da energia e 16% da indústria (dados do SEEG).

“Viabilizar um investimento desse é um passo importante para a descarbonização da economia”, comenta o CEO da Invest Minas, João Paulo Braga.

Brasil e Alemanha

Esta semana, a capital mineira recebe o 39º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), com transição energética e mudanças climáticas no centro dos debates.

Por ser um exportador de commodities, descarbonizar a produção mineira (e brasileira) é questão de sobrevivência, conforme os mercados vão se organizando para estabelecer padrões verdes no comércio internacional.

E o hidrogênio chega com a promessa de fornecer energia limpa para a indústria intensiva e mineração, por exemplo, enquanto insere produtores de etanol e biometano nesta nova economia.

“Minas Gerais tem um grande potencial para ser um dos principais mercados de hidrogênio verde. Primeiro pela capacidade de produção, já que temos 99% da nossa matriz energética de fontes renováveis. Segundo, pelo consumo”, defende o diretor da Invest Minas, Ronaldo Alexandre Barquette.

Segundo Barquette, muitos dos principais setores que podem consumir o combustível têm grande presença na economia mineira.

Este não é o primeiro passo

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais analisa, desde 2021, um marco legal para posicionar o estado como produtora e exportadora de H2V, ou de produtos com baixa pegada de carbono, como aço verde e amônia verde.

O PL propõe estimular o uso do H2V na produção de fertilizantes e no transporte público, além de estabelecer instrumentos de incentivo à produção e aquisição de equipamentos relacionados à cadeia.

Embora ainda precise ser aprovado e sancionado, o marco tenta preencher uma lacuna regulatória, enquanto o país ensaia seu plano nacional.

Interesse federal

Também no domingo, o secretário de Planejamento e Transição Energética do Ministério de Minas e Energia (MME), Thiago Barral, disse que o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) é uma das prioridades do ministro Alexandre Silveira.

“Estamos trabalhando para lançar um plano de ações que seja ambicioso e que contribua de forma concreta para o desenvolvimento de projetos de hidrogênio de baixo carbono no Brasil”, afirmou.

Barral está em Belo Horizonte, na reunião da Comissão Mista Brasil-Alemanha, para tratar da parceria energética entre os dois países. Uma força-tarefa está avaliando produção, logística e uso do hidrogênio verde.

Por Nayara Machado, via NovaCana

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