Novo estudo para aprimoramento do RenovaBio deve ampliar mercado de carbono
Segundo o resumo do projeto de pesquisa “Aprimoramento da contabilidade de carbono no RenovaBio”, o interesse das usinas de biocombustíveis em ingressar no mercado de créditos de descarbonização (CBios), criado pelo programa, é “crescente”. Ou seja, é preciso abrir espaço.
Uma das melhores formas para isso é por meio da RenovaCalc, a calculadora utilizada para o processo de certificação das produtoras no RenovaBio. É o que defende o superintendente-adjunto de biocombustíveis e qualidade dos produtos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Fábio Vinhado.
No ano passado, quando atuou por alguns meses como diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Vinhado ajudou a viabilizar recursos para a pesquisa mencionada na abertura desta reportagem. Por conta disso, o projeto recebeu um aporte de R$ 5,04 milhões vindos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
“A RenovaCalc é um dos pilares do RenovaBio e precisa de constantes estudos para o aprimoramento”, defende Vinhado, que cita a atualização de informações sobre perfis de dados, a incorporação de situações não previstas anteriormente e a inclusão de novas rotas. “Por isso, procuramos sensibilizar os órgãos de fomento à pesquisa. O MCTI [Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação], que é membro do Comitê RenovaBio, também deu um grande apoio para que o projeto fosse priorizado”, completa.
O projeto em questão envolve pesquisadores de várias unidades da Embrapa e da Universidade de Campinas (Unicamp), que propuseram um aprimoramento das rotas de produção que já fazem parte da RenovaCalc e a inclusão de novas opções, como biocombustíveis de aviação, de coprocessamento e de hidrogênio renovável. Outro objetivo é “harmonizar” o RenovaBio com políticas internacionais. Neste caso, serão analisados os critérios de elegibilidade e de contabilização da mudança direta de uso da terra.
Conforme as regras do financiamento, o prazo da pesquisa é de 36 meses, assim, as conclusões são esperadas para o começo de 2026. “Os recursos serão aplicados principalmente na estruturação física (computadores e softwares) e na ampliação da equipe, na forma de contratação de bolsistas de inovação qualificados”, explica a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Marília Follegatti.
Saiba mais sobre o projeto de pesquisa e as perspectivas dos envolvidos para o futuro do RenovaBio no texto completo (exclusivo para assinantes do NovaCana):
- Atualização de rotas – com destaque para o biometano
- Novos biocombustíveis
- Fungibilidade dos CBios com programas internacionais
- Contabilização da mudança de uso da terra
- Mais alterações na regulação do programa
- Preocupações dos pesquisadores
Por NovaCana