Produção de E2G no Brasil: Perspectiva é de crescimento, com foco na exportação
O bagaço da cana-de-açúcar, resultante do processo de fabricação de etanol e açúcar, e as folhas que ficavam no campo após a colheita, foram vistos como um problema para as usinas por muitos anos, configurando somente mais um resíduo. A biomassa, no entanto, acabou se tornando um ponto de atenção para o setor sucroenergético, tanto para a cogeração de energia como para a fabricação de mais etanol.
O que antes era visto como uma sobra, se tornou uma solução para aumento da produtividade. O etanol celulósico, ou de segunda geração (E2G), começou a ser produzido em escala comercial em 2011 pela Beta Renewables, em Crescentino, na Itália. Cinco anos depois, porém, a planta foi desativada.
As perspectivas para a produção e comercialização do E2G foram enfraquecendo desde então. Mesmo sendo uma versão ainda mais sustentável do biocombustível, com uma pegada de carbono ainda menor do que a registrada pela versão convencional, havia gargalos em torno de limitações tecnológicas, especialmente em relação ao pré-tratamento da matéria-prima.
Ainda assim, depois de anos sendo apenas uma possível oportunidade para o setor de etanol, o E2G voltou a aparecer em anúncios de investimentos no Brasil.
Atualmente, apenas dois grupos possuem plantas em escala comercial do E2G: a Raízen, com a unidade Costa Pinto, localizada em Piracicaba (SP); e a GranBio, com a Bioflex, que fica em São Miguel dos Campos (AL).
E o atual objetivo das duas companhias é de expansão. A Raízen quer chegar a 20 plantas de E2G anexadas a suas usinas, enquanto a GranBio pretende aumentar a capacidade da sua unidade para 60 milhões de litros por ano, negociando o licenciamento da sua tecnologia de fabricação para outras empresas.
Por esta razão, o NovaCana compilou dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) relacionados ao processamento de matéria-prima pelos dois grupos. Também foram levantadas as produções anuais de E2G de cada unidade em seus relatórios de resultados das últimas três safras.
Com base nestes números, o NovaCana calculou também o rendimento médio anual de cada usina, medido em litros de biocombustível por tonelada.
Em 2022, entre abril e setembro, a Raízen fabricou 17,1 milhões de litros de etanol celulósico, enquanto a GranBio priorizou a geração de energia a partir da biomassa, por uma questão de custos, conforme relata o CEO da companhia, Bernardo Gradin, em entrevista ao portal.
No texto completo, exclusivo para assinantes do NovaCana, você confere gráficos e análises dos números de cada companhia, assim como suas perspectivas para a fabricação do biocombustível.
Por Nova Cana