GM aposta nos veículos elétricos e não investirá nos híbridos
Santiago Chamorro, presidente da GM para a América do Sul, avalia que o custo global de fabricação de um carro elétrico, vai praticamente se igualar ao de um veículo a combustão até 2025. O colombiano aposta até que os modelos a combustão ficarão mais caros.
O executivo avalia que com leis mais rigorosas para o controle de emissões, as montadoras serão obrigadas a investir cada vez mais em equipamentos, o que provocará a elevação dos preços, afirmou ele, durante a exibição da Chevrolet Montana a concessionários, realizada recentemente na capital paulista.
Para que os preços dos carros puramente elétricos mantenham a curva descendente, Chamorro defende a manutenção da alíquota zero para a importação de modelos, diferentemente da postura da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que cobra a retomada gradual do imposto como forma de estimular a industrialização local.
A expectativa Chamorro é que o Brasil siga os mercados europeus e da China, onde a indústria e os consumidores recebem incentivos para trocar o veículo a combustão pelo eletrificado.
Santiago Chamorro, presidente da GM (divulgação)
Ao contrário da estratégia adotada por concorrentes como Stellantis, Toyota e Volkswagen, Chamorro informa que a GM descarta o desenvolvimento de tecnologias híbrido flex.
As diretrizes da eletrificação do setor automotivo nacional devem estar definidas na próxima fase do Rota 2030, em formulação pelo governo com o auxílio da indústria.
“O plano da GM é o de produzir os veículos nos países onde vendemos”, disse o Chamorro, que enxerga um cenário favorável para o segmento em virtude da existência de minérios para produção de baterias, além de matriz energética limpa e de parque industrial estabelecido.
Globalmente, a GM ruma ao desenvolvimento de uma cadeia de suprimentos, pois as baterias de motores elétricos utilizam matérias-primas não habituais na produção de carros a combustão. Busca montar uma rede de fornecedores e, para isso, negocia uma fatia da cisão de metais básicos da mineradora Vale. Em 2022, as companhias revelaram um acordo para a compra de níquel. As negociações devem ser concluídas até o fim do semestre.