NOTÍCIAS

Preço dos CBios sobe 11,2% na primeira quinzena de fevereiro, para R$ 97,92

O preço dos créditos de carbono (CBios), do programa RenovaBio, continuaram a subir na primeira quinzena de fevereiro, mantendo a tendência de aumentos neste início de ano. No período, o valor dos títulos oscilou entre R$ 87,50, no sexto dia do mês, e R$ 101, conforme registrado no dia 13.

Desde a implantação das negociações, em junho de 2020, os CBios foram vendidos entre R$ 15 e R$ 1 mil.

Os números fazem parte do acompanhamento do mercado dos créditos realizado pela Bolsa de Valores Brasileira (B3), única entidade registradora do RenovaBio.

De acordo com cálculos realizados pelo NovaCana a partir de dados da B3, os papéis foram negociados, em média, a R$ 97,92 na quinzena. O valor está 11,2% acima do visto na primeira metade de janeiro, de R$ 88,03.

Além disso, o preço atual está 32,8% acima da média histórica do programa, de R$ 73,76. Entretanto, ele é 12,3% inferior ao da média de 2022, de R$ 111,63.

De acordo com a B3, 4,51 milhões de CBios foram negociados na quinzena, aumento de 14,6% em relação à anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve um acréscimo de 27,1%; afinal, na primeira metade de fevereiro de 2022 foram negociados 3,29 milhões de títulos.

“Os números refletem todas as operações de compra e venda envolvidas em um ciclo de negociação. Assim, no caso de intermediações realizadas por corretoras ou outras instituições, primeiro é realizada uma operação de compra das quantidades e, depois, uma operação de venda para o investidor final”, explica a entidade.

Analistas da consultoria hEDGEpoint acreditam que, a partir do terceiro trimestre do ano, os títulos deverão ficar mais caros. Além disso, com as mudanças na política do programa, eles afirmam que pode acontecer uma mudança no padrão do mercado, especialmente próximo a nova data limite para comprovação da meta de 2022 – setembro de 2023.

Emissões

Embora as usinas de cana-de-açúcar estejam em entressafra, elas seguem comercializando biocombustível e gerando novos créditos. Na primeira quinzena de fevereiro, foram escriturados 879,74 mil CBios, acréscimo de 7,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Contabilizando as emissões desde janeiro de 2022, 35,22 milhões de títulos já foram colocados em circulação. O montante representa 97,9% da meta oficial do ano passado, de 35,98 milhões de CBios, que deverá ser comprovada até setembro de 2023, de acordo com decreto do Ministério de Minas e Energia (MME).

Já as obrigações de 2023, que somam 37,47 milhões de CBios, deverão ser entregues até 31 de março de 2024.

Considerando também estoques de anos anteriores, o total de créditos disponibilizados ao mercado sobe para 59,87 milhões, o que ultrapassaria a meta anual de 2022 em 66,4%.

Desde a implementação do RenovaBio até o momento, 84,7 milhões de CBios já foram emitidos.

De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), 317 unidades participam do RenovaBio atualmente. Destas, três fabricam biometano e outras 32, biodiesel.

Dentre as 282 usinas de etanol certificadas, 271 utilizam apenas a cana-de-açúcar como matéria-prima; seis processam cana e milho; quatro, apenas milho; e uma produz biocombustível de primeira e de segunda geração de forma integrada.

Posse e aposentadoria

Em 16 de fevereiro, a B3 iniciou a sessão com 24,83 milhões de CBios em circulação. Do total, 16,73 milhões de créditos, ou 67,4%, estavam em posse de distribuidoras com metas a cumprir. Já 7,27 milhões pertenciam às usinas certificadas, 29,3% do montante. Por fim, 824,13 mil títulos estavam com investidores sem metas (3,3%).

Entre 1º de janeiro de 2022 e a metade de fevereiro de 2023, 20,84 milhões de créditos foram aposentados, com 134,07 mil saindo de circulação nesta última quinzena.

Desta forma, o equivalente a 57,9% da meta oficial para 2023 foi realmente atingido até o momento. Contudo, a soma do número de CBios em circulação e dos já aposentados alcança 45,67 milhões de títulos, excedendo a meta anual em 9,69 milhões.

Como a B3 não informa quem solicitou a aposentadoria dos créditos, é possível que uma parte deste volume seja referente a investidores que não têm compromissos com o programa. Ainda que esteja previsto que a retirada de títulos feitas pelas chamadas “partes não obrigadas” possa ser deduzida dos objetivos finais do RenovaBio, as aposentadorias de 2022 devem ser contabilizadas em 2023.

Por Giully Regina – NovaCana

Bayer
BASF
Copercana
Usina Coruripe
Cocred
Patrocinío Master
Canacampo
Siamig
Agência
Realização