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Sistema TempoCampo prevê safra confortável do ponto de vista climático

previsão para fevereiro é de chuva volumosa em toda parte Central do Brasil, e chuva abaixo da média no extremo Sul e interior do Nordeste.

Em março, chuvas abaixo da média no Sul do país, e uma condição melhor no Sudeste, Centro-Oeste e toda parte Norte, com chuvas acima da média.

Para o coordenador do Sistema TempoCampo – LEB/Esalq/USP, Fabio Marin, “isso caracteriza o fechamento de um verão muito bom para nós. Começamos outubro com bastante chuva, em novembro tivemos uma seca, principalmente na região Centro-Sul do país, que reduziu o volume de chuvas e segurou o desenvolvimento dos canaviais, mas entrou dezembro, janeiro, e a primeira quinzena de fevereiro e talvez o mês de março, com uma condição de chuvas interessante, indicando que seguimos para uma safra bastante confortável do ponto de vista climático“, elucidou.

Em relação ao trimestre passado, Marin lembra que foi um período marcado por grande intensidade de chuvas. “Para se ter uma ideia, em Piracicaba – SP, tivemos o quarto janeiro mais chuvoso de toda série histórica, iniciada em 1917. Toda região Norte foi marcada por intensas chuvas, passando dos 400 milímetros. A gente vem com uma safra bastante promissora por conta dessas chuvas“, afirmou.

De acordo com as previsões apresentadas pelo especialista, na segunda quinzena de fevereiro, é esperada uma redução no volume de chuvas, o que deve favorecer a colheita da soja na região Central do Brasil e a semeadura do milho safrinha, que foram atrasadas por conta do excesso de chuvas nessas regiões. Para a região Central e Oeste da Bahia, Minas Gerais e também uma parte de Goiás, a previsão é de chuvas abaixo da média. No Norte do país, a tendência é que chuvas se mantenham acima da média.

Para o mês de abril a expectativa é de que as condições apontem para uma reversão do quadro, com chuvas abaixo da média, para toda região Central do Brasil e também para o Sul. Na região Norte, tudo indica bastante chuva, e a região Nordeste com chuva acima da média.

Segundo Marin, “essas condições refletem uma transição da La Niña para a neutralidade. A temperatura do Pacífico está subindo e isso impacta o clima em nosso país, especialmente na região Sul e no Norte, o que explica essa condição de seca que o Rio Grande do Sul vem atravessando há mais de três anos, e as condições de excesso de chuva na região Norte/Nordeste, o que deve acabar, pois estamos saindo da La Niña e indo para a neutralidade, que também deve durar pouco, por conta do El Niño que começa surgir no mês de maio, trazendo uma tendência de chuvas para região Sul do país e de seca para o Norte/Nordeste”, explicou.

Já a região Central, tanto Sudeste como Centro-Oeste, passa por esse período de transição o que dificulta uma previsão mais precisa para os próximos meses. “Não dá para cravar o que vai acontecer. Alguns anos temos seca, alguns anos uma condição mais chuvosa“, conclui Marin.

 

Por Andréia Vital, via Jornal Cana

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