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Fórum Nacional Sucroenergético leva ao MME ideias para unir etanol à eletrificação

A indústria brasileira de etanol está atenta à tendência global de eletrificação no setor automobilístico e, em um movimento de antecipação, quer fazer da ameaça de mercado uma oportunidade para consolidar o papel socioambiental do biocombustível.

A afirmação é do líder do Fórum Nacional Sucroenergético (FNS), Mário Campos Filho, que conversou sobre o tema com o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), em reunião na última terça-feira, 24, em Brasília.

De olho na “sobrevivência” em meio às novas tecnologias de transição energética, o presidente do fórum acredita que, se a indústria de combustíveis no Brasil não se integrar ao que ele chama de “tendência mundial”, “etanol e gasolina morrem abraçados juntos”.

“Essa tendência [da eletrificação] pode ir para vários lados. Externamos isso para vários interlocutores. Pode ir para o lado da eletrificação com bateria, e aí não tem o que se falar de combustível limpo”, disse em entrevista à agência EPBR.

A eletrificação é uma aposta global, sobretudo em países da Europa, nos Estados Unidos e na China, para descarbonizar o setor de transportes.

No Brasil, a tendência é que esse processo ocorra de forma mais lenta. Por aqui, a sinalização do último governo foi de que a solução teria que passar pelos biocombustíveis.

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Para Campos Filho, os usineiros precisam encontrar uma forma de “conviver” com a evolução tecnológica.

“A tendência da eletrificação, que traz consigo o conceito de descarbonização da matriz veicular, pode ser também com combustíveis menos emissores de gases efeito estufa. Mais verdes”, afirma.

Nesse sentido, ele vê tanto o etanol quanto a gasolina como possibilidades, já que o derivado de petróleo vendido nos postos tem, obrigatoriamente, 27% do renovável.

Baterias versus híbridos

Comumente, a eletrificação de veículos é associada aos carros movidos a bateria, recarregáveis em eletropostos. Mas essa não é a única possibilidade, já que existem outras vertentes, como o modelo híbrido (gasolina, etanol e energia) e a célula a combustível.

No caso da célula a combustível, o etanol pode ser a fonte de hidrogênio que alimenta o sistema em forma de energia. O processo torna a bateria um elemento dispensável.

Campos Filho defende que tanto etanol quanto gasolina convivam com essa situação de forma “mais estratégica e alinhada”.

Na visão dele, o Brasil é um mercado pioneiro na junção do etanol à eletrificação em busca de soluções para reduzir o impacto ambiental.

Ele aponta que o híbrido flex e, futuramente, o carro movido a hidrogênio, são possibilidades diferenciadas dentro do mercado brasileiro, que contam com apoio da indústria automobilística e de diferentes montadoras.

Questões relacionadas à sustentabilidade e autonomia também favoreceriam a solução do agronegócio.

A entrada em massa dos carros elétricos no mercado brasileiro requer investimentos em infraestrutura de recarga e a garantia de que a matriz elétrica seja renovável, já que haverá um aumento na demanda por eletricidade.

Na Europa e em países asiáticos, por exemplo, essa energia é produzida em usinas com carvão e diesel. No Brasil, a matriz elétrica é 83% renovável, mas a maior parte da geração vem de usinas hidrelétricas.

De acordo com Campos Filho, a integração com o biocombustível resolveria essa demanda extra por eletricidade e seus possíveis impactos ambientais.

Por Hanrrikson de Andrade, via NovaCana

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