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Preço da energia apresenta tendência de queda para 2023 e 2024

Os preços da energia para 2023 devem ser fortemente impactados pelo regime de chuvas nos próximos meses.

Tudo vai depender do ciclo hidrológico, que neste ano foi bem superior ao registrado ano passado, destacou o diretor-presidente da Electra EnergyClaudio Alves, durante a 24ª edição do webinar promovido  pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) em conjunto com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), realizado no último dia 17, que tratou sobre “Cenários no Mercado de Energia Elétrica”, trazendo uma visão de curto e médio prazo acerca das condições de oferta e demanda, bem como temas regulatórios do Setor Elétrico Brasileiro.

Segundo Alves, neste mesmo período do ano, em 2021, o armazenamento do Sistema Interligado Nacional (SIN) era de 25,58%. Já em 2022, o nível já atingiu 53,71% (28,13 pontos percentuais superior). Já em 2020, o volume útil dos lagos das hidrelétricas estava em 27,17%.

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Claudio Alves, da Electra Energy

Para Alves, as projeções mostram uma tendência de preços em queda para 2023 e 2024. A estimativa de simulações prospectivas mais conservadoras é que, na média do próximo ano, o preço possa atingir algo em torno de R$ 102 por MWh. Esse movimento é justificado pela condição hidrológica favorável, alto nível de armazenamento dos reservatórios e a grande expansão da geração distribuída.

“É um fator bom para o consumidor, mas é um complicador do ponto de vista do gerador. Isso porque o preço baixo não remunera adequadamente a operação da energia”, avalia o executivo, ressantando que o pico do preço poderá chegar a algo em torno de R$ 148 por MWh, no segundo semestre do ano, caso ocorra uma hidrologia mais desfavorável.

O diretor presidente da Electra Energy falou ainda sobre a energia eólica na região Nordeste informando que o pico desta geração aconteceu no mês de agosto, com um valor verificado superior a 10GW médios.

“Este montante de geração seria quase suficiente para atender à demanda total da região no mês”, disse, pontuando os ganhos de interligação entre as regiões Norte e Nordeste com o Sudeste/Centro-Oeste para os próximos anos, que serão aproveitados para escoamento da energia para o principal centro de carga do país.

Zilmar de Souza

Alves avaliou ainda que está em curso uma aceleração da fonte solar para suprir a demanda, com destaque para a expansão de usinas fotovoltaicas com outorga que somam mais de 80% do total.

O gerente de Bioeletricidade da UnicaZilmar de Souza, destacou no evento a importância da biomassa em auxiliar a geração de energia em momentos de dificuldades de oferta. “Estamos em uma situação favorável em termos de energia armazenada, sendo a melhor situação dos últimos dez anos. Sobre a biomassa, é sempre bom lembrar que de janeiro a setembro, exportou para a rede possibilitou uma economia de 13% nos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste”, disse.

No mesmo evento,Thiago Gonzalez do Project Manager da Low Carbon, programa de fomento entre a União Européia com Brasil, Colômbia, Chile e Argentina, falou sobre os benefícios e aplicações na purificação do biogás em biometano.

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Thiago Gonzalez, da Low Carbon

“O biometano tem um papel importante na transição energética, pela sua grande pegada de carbono, e serve como complemento do setor sucroenergético que já é bastante sustentável. Gonzales, porém, listou alguns desafios que precisam ser superados. Segundo ele, a questão da logística é um ponto a ser trabalhado, se convertendo no principal gargalo. Outro ponto é a assistência técnica.

“As empresas que estão oferecendo o produto, também passarão a operar, e isso pode diminuir esse problema. E temos ainda, a falta de profissionais para dimensionamento de novas plantas”, avaliou.

Durante participação na abertura do seminário, o deputado federal Arnaldo Jardim, informou que em conversa com o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira, solicitou que fosse dada prioridade na tramitação do PL414, que versa sobre o marco regulatório para o biogás e o biometano.

Por Andréia Vital, via Jornal Cana

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