Bancada do agro adia regulamentação do mercado brasileiro de carbono
Os senadores Guaracy Silveira (PP/TO) e Zequinha Marinho (PL/PA) pediram vistas nesta terça (8/11) do substitutivo do PL 412/2022, que regulamenta o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE). O texto foi apresentado pelo relator na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Tasso Jereissati (PSDB/CE).
O objetivo dos dois parlamentares, que integram a base bolsonarista e a bancada do agronegócio, é prorrogar as discussões na CAE, antes de o projeto ser encaminhado à Comissão de Meio Ambiente (CMA), que fará a análise de mérito.
Antes da leitura do relatório, o presidente da CAE indeferiu requerimento do senador Wellington Fagundes (PL/MT) para que fosse promovida uma audiência pública sobre o tema. Fagundes e Marinho são membros da frente parlamentar agropecuária (FPA).
A alternativa encontrada pelos senadores para adiar a votação foi então pedir vistas, após a leitura do relatório de Jereissati.
Para Silveira, "o sequestro de carbono é um negócio tão novo no mundo, tão inicial, que se fala muito e se conhece pouco. É igual falar do Universo".
Esse filme eu já vi. A tentativa de avançar com a regulamentação do mercado de carbono ocorre em meio à 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27), iniciada no último domingo (6/11) no Egito.
É quase um déjà-vu. Em novembro passado, enquanto o mundo discutia as regras para um comércio global de carbono na COP26, o parlamento brasileiro estava às voltas com o PL 528/2021, do deputado Marcelo Ramos (PL/AM), que também propõe uma regulamentação para o MBRE.
Por Nayara Machado, EPBR, via Udop