Crise de energia na Europa abre espaço para o Brasil exportar etanol
A crise de energia na Europa é vista como oportunidade pelo setor sucroenergético brasileiro. De acordo com especialistas no assunto reunidos no Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), em São Paulo (SP), pode ser um momento para expandir a exportação de etanol. O evento, que reúne produtoras rurais, executivas e lideranças femininas do setor, começou nesta quarta-feira (26).
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"Aumentar o percentual de etanol na gasolina não apenas contribui para o aumento de volume [de combustível] e eficiência energética, mas também diminui as emissões de poluentes. No nosso caso, a crise energética não acontece aqui e é uma grande oportunidade para o nosso setor", disse Beatriz Milliet, gerente executiva de Sustentabilidade da Copersucar.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen reconheceu que o continente passa por uma grave crise energética, provocada pela redução do fornecimento de petróleo e gás da Rússia. A princípio, os países correram para importar gás natural liquefeito (GNL) para formar estoques. No entanto, com a aproximação do inverno, há receio de alta no consumo e da situação permanecer crítica.
Em meio a este cenário, análise da S&P Global Commodity aponta que o Brasil deve bater recorde de vendas de etanol à Europa neste ano: mais de 600 milhões de litros. Thais Fornicola Neves, diretora de operações agroindustriais da Raízen, comenta que o Brasil pode fornecer etanol de primeira e segunda geração. Neste caso, o combustível é proveniente de resíduos e tem sido produzido pela empresa na única planta do mundo, em Piracicaba (SP).
"A crise energética tem pressionado os governos europeus e, quando olharam para fora, viram o Brasil como um fornecedor pronto. Vejo que o biometano também é uma saída, como substituto de energia para a indústria e plantas", avaliou. Em comparação ao combustível fóssil, ela comentou que o biometano é capaz de reduzir as emissões de gases poluentes em até 90%.
Por Globo Rural, via Udop