Após iniciar a sessão com ganhos nesta sexta-feira (21), os contratos futuros do açúcar finalizaram a sessão do lado negativo da tabela na Bolsa de Nova York. Já na Bolsa de Londres, o preço futuro do tipo branco encerrou o dia com ganho, em que o vencimento março/23 teve alta de 6,10% e cotado em US$ 502,10 a tonelada. 

Na bolsa de Nova York, o contrato março/23 do açúcar tipo bruto finalizou com desvalorização de 0,01%, negociado por R$ 18,38 cents/lbp. Já o vencimento Maio/23 registrou queda de 0,02% em que fechou cotado em R$ 17,48, enquanto o contrato Julho/23 encerrou em R$ 17,05 com recuo de 0,03%. 

De acordo com o analista da Safras & Mercado, Maurício Muruci, o contrato driver passou grande parte do pregão em alta, mas ao final do dia devolveu todos os ganhos e fechou no negativo em função do risco gráfico de curto prazo. “Quem observa o pregão da sexta-feira como um dia isolado nem imagina a tendência de baixa que se desenha para o início da quarta e última semana de outubro”, relatou ao Notícias Agrícolas. 

A expectativa da Safras & Mercado é que Março/23 registre quedas em direção aos US$/cents 17,50 a partir da quarta semana de outubro. “Este movimento deverá representar a devolução da totalidade dos ganhos conquistados na primeira semana de outubro sobre este ativo”, comentou Muruci. 

Segundo análise do site Barchart, o açúcar londrino entrou em território positivo depois que o real brasileiro subiu para uma alta de 1-1/2 semana em relação ao dólar. O real mais forte desestimula a venda de exportações dos produtores brasileiros de açúcar.

Com relação aos dados da safra 2022/23 da Ásia, a expectativa  mostra um aumento no volume de produção de açúcar esperado tanto sobre a Índia quanto sobre a Tailândia. Até mesmo a China deve ter crescimentos marginais em sua safra de cana, que deverá recompor a sua produção interna de volta para as médias de longo prazo do país. Com isto, o excedente exportador deverá ser alto na Ásia na safra nova que recém começou em outubro deste ano”, disse o analista da Safras & Mercado. 

Outro fator que pode pesar sobre o mercado, é a redução na demanda importadora no maior consumidor mundial da commodity. A China, país que também enfrenta problemas de crescimento macroeconômico, pode ter efeitos sobre o consumo doméstico de açúcar.  

Já no Brasil, as vendas da safra corrente 2022/23 foram concluídas ainda em fins de julho, o término da temporada acaba não sendo novidade no mercado de modo a não conseguir se formar como suporte aos preços daqui para frente, conforme destacou a Safras & Mercado. 

A consultoria StoneX projetou em 18 de setembro que a produção de açúcar Brasil Centro-Sul 2023/24 subiria entre 5,7% a 35,2 MMT. A StoneX também projeta que a produção global de açúcar 2023/24 subiria entre 3% a 194,4 MMT no aumento dos suprimentos do Brasil, Índia e Tailândia. A StoneX prevê um excedente global de açúcar 2022/23 de 3,9 MMT.

Mercado interno 

No levantamento realizado pelo Cepea, os preços do açúcar apresentaram movimentos pontuais e estáveis no estado de São Paulo. No fechamento anterior, o açúcar cristal teve ganho de 0,46% e estava precificado em  R$ 128,28 por saca. 

Já no caso do açúcar Cristal Empacotado permaneceu estável e precificado em R$ 14,6277/ 5kg. O açúcar refinado amorfo também seguiu com estabilidade e em torno de R$ 3,2218 por kg. 

Por Andressa Simão, via Notícias Agrícolas