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Mercado do etanol é tema de painéis técnicos no segundo dia do Megacana

Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) revelam que o consumo de etanol hidratado no Brasil atingiu 19,39 bilhões de litros em 2018, alta de 42% sobre o total de 13,64 bilhões de litros de 2017 e um recorde histórico. Segundo o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Ferreira Campos Filho, somente em Minas Gerais o consumo do biocombustível aumentou 70% em 2018 e já registra crescimento de 50% no primeiro semestre de 2019. Para atender um mercado cada vez mais promissor, os organizadores reservaram para o segundo dia do Megacana Tech Show dois painéis para discutir as possibilidades e desafios para o setor.

No painel “Etanol e mobilidade: veículos do futuro”, moderado por Mário Campos, Gustavo Guimarães Noronha, gerente de área do Departamento de Assuntos Governamentais da Toyota do Brasil, e João Irineu Medeiros, Diretor de Segurança Veicular e Conformidade Regulatória da FCA (Fiat Chrysler Automóveis Brasil LTDA), apresentaram o que há de mais novo na indústria automotiva. Eles demonstraram que, tanto a Toyota como a Fiat, estão de olho nesse crescente consumo por combustíveis menos poluentes ao meio ambiente, ou seja, com menor emissão de CO², mas que também não deixem a desejar no quesito eficiência.

Noronha apresentou o novo Prius, o primeiro veículo híbrido flex do mundo produzido pela Toyota a ser lançado no Brasil em 2019. O veículo possui motores elétrico e à combustão convencional, e já existe um protótipo, apresentado na feira, à base de etanol. No final do ano, a fabricante japonesa também lança o novo Corolla com o mesmo conceito sustentável. Por ano, são vendidos 13 milhões de veículos híbridos.

De acordo com Noronha, o ciclo de vida de emissão de CO² de um veículo movido à etanol é de 28g, enquanto um movido à gasolina emite 147g, o que representa um potencial de 89% em limpeza e sustentabilidade para os carros que utilizam biocombustível.

Em sua apresentação, João Irineu Medeiros, diretor de Segurança Veicular e Conformidade Regulatória da FCA (Fiat Chrysler Automóveis Brasil LTDA), destacou o histórico da fabricante que lançou o primeiro veículo movido à álcool há 40 anos. Ele lembrou que em 2003 o mercado recebeu o primeiro veículo total flex, que é abastecido com gasolina e etanol. Segundo ele, atualmente, 85% da frota de veículos leves produzidos no Brasil é flex, sendo que 34% do volume de combustíveis consumidos em 2018 era de etanol. “O objetivo era demonstrar que não é só o produtor que acredita no etanol. A indústria automotiva também acredita e aposta na inovação do produto. Obviamente que nosso setor tem o desafio de fornecer ao consumidor um produto cada vez mais competitivo”, ressaltou Mário Campos Filho, da Siamig.

Consumo de etanol - No painel “A dinâmica do mercado de etanol hidratado”, Leonardo Erthal, sócio e diretor da ADN Bioenergy, e Carlos Eduardo Mendes Guimarães Junior, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), discutiram sobre o consumo do biocombustível, sob o ponto de vista dos postos e dos consumidores. Para Guimarães Júnior, hoje o consumidor busca preço e não conceitos como ser sustentável e nacional, mas não descarta a importância da preocupação do setor produtivo do etanol em produzir um combustível verde, menos poluente.

Durante a discussão, foi acirrado o debate sobre a possibilidade dos postos comprarem combustíveis, diretamente ou não, das usinas. O presidente do Minaspetro alertou que, para ele, com a medida e a falta de fiscalização, pode haver o favorecimento e o aumento da sonegação de impostos. Segundo Guimarães Júnior, 40% dos postos são desbandeirados, e acabar com a fidelidade é dificultar a fiscalização dos contratos. Ele acredita que o setor de postos precisa ser fiscalizado para evitar sonegação, venda de produto duvidoso, irregularidades por combustíveis sem conformidade, etc. Por isso, ele conclamou a união do setor de ponta a ponta, incluindo os postos de combustíveis, bem como a busca por políticas que também ponham fim à prática injusta de subsídios sobre a produção.

O dirigente do Minaspetro ainda comentou que a penetração do etanol aditivado entre os consumidores já é de 20%, enquanto da gasolina aditivada chega a 35%. Para ele, a expectativa é de que em pouco tempo esse consumo seja equiparado.

O Megacana Tech Show tem o patrocínio máster da Bayer. Também tem patrocínio ouro das empresas Biotrop, FMC, Koppert, Laboratório Farroupilha, Microgeo, Regional Agro, Safra Rica, Ubyfol e UPL, além do apoio do Sebrae, CNA e Usina Coruripe.

 

Thassiana Macedo (08/08/2019)

Assessoria de Imprensa

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