Açúcar despenca nas bolsas nesta 6ª, após tipo branco atingir máxima de 10 anos em Londres
Os contratos futuros do açúcar despencaram nas bolsas de Nova York e Londres nesta sessão de sexta-feira (16), contribuindo para as perdas acumuladas na semana. O mercado seguiu nos últimos dias atenção para as informações sobre o avanço da safra do Brasil e Índia.
Além disso, há acompanhamento do financeiro, com petróleo e câmbio.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve queda de 1,79%, cotado a 17,56 cents/lb, com máxima de 17,91 cents/lb e mínima de 17,53 cents/lb. No terminal de Londres, o primeiro contrato recuou 2,80% no dia, a US$ 527,80 a tonelada.
Na semana, o principal vencimento no terminal norte-americano caiu 4,30%.
No início desta semana, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) trouxe que a produção de açúcar no Centro-Sul do país na segunda metade de agosto totalizou 3,14 milhões de toneladas, uma alta de 5,77% ante o ano anterior.
O volume também ficou acima do que o mercado esperava.
"Ao contrário do que foi observado na primeira quinzena de agosto, o clima mais seco na segunda metade do mês possibilitou o avanço da colheita que, somada à maior produtividade agrícola, ocasionou um aumento da matéria-prima processada no período", afirma o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.
Os preços do açúcar branco chegaram a subir mais durante esta semana, apesar de fechar esta sexta em queda. O suporte focado neste tipo estava relacionado aos temores com a oferta, o que fez os preços testarem máximas de 10 anos.
"Os estoques de branco se esgotaram em alguns dos principais países importadores, enquanto as exportações indianas permanecem baixas, com os comerciantes preocupados com o fato de os preços domésticos na Índia estarem acima dos preços do mercado global", disse a Reuters.
Segundo fontes consultadas pela agência, a Índia está pronta para permitir a exportação de 5 milhões de toneladas de açúcar para parte do novo ano de comercialização a partir de outubro. Apesar de elevar a oferta global, há o indicativo também de demanda aquecida.
No financeiro, o mercado também era pressionado pela valorização do dólar sobre o real nesta tarde, o que tende a encorajar as exportações das commodities, mas pesa sobre os preços. Já o petróleo subia forte nas bolsas externas.
MERCADO INTERNO
Em meio baixa liquidez, os preços do açúcar têm recuado nas praças de comercialização do Brasil, acumulando perdas mensais. Ainda assim, há repiques de alta.
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, com alta de 0,16%, negociado a R$ 124,25 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 151,04 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,31 c/lb e queda de 0,48%.
Por - Jhonatas Simião,via Notícias Agrícolas