CONTRATOS FUTUROS DO AÇÚCAR FECHAM EM BAIXA AINDA SOB INFLUÊNCIA DA QUEDA NOS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS NO BRASIL
Ainda sob pressão da queda dos preços dos combustíveis no Brasil, maior produtor mundial de açúcar, os contratos futuros do adoçante negociados nas bolsas internacionais fecharam a quarta-feira (20) em baixa em todos os lotes. Isso porque, segundo analistas, com uma menor remuneração para o etanol (que compete diretamente com o açúcar) há uma tendência das usinas direcionarem mais cana para a produção de açúcar.
Em Nova York, na ICE Futures, o açúcar bruto foi negociado, no vencimento outubro/22, a 18,67 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 17 pontos, ou 0,9%, no comparativo com os preços da véspera. Já o lote março/23 caiu 18 pontos, negociado a 18,85 cts/lb. Os demais contratos recuaram entre 3 e 18 pontos.
Segundo a Reuters, os negociantes disseram que é difícil ver os preços do açúcar subindo no curto prazo depois que a Petrobras cortou os preços da gasolina, um movimento que tende a levar as usinas brasileiras a aumentar a produção de açúcar às custas do etanol, um biocombustível à base de cana.
"Eles disseram que o preço do etanol no Brasil está atualmente abaixo do equivalente do açúcar, a 17 centavos de dólar em Nova York", trouxe a Reuters. Ontem, a Archer Consulting afirmou que as usinas brasileiras aumentaram o hedge na ICE em junho, sinalizando a intenção de produzir mais açúcar.
Londres
Em Londres, na ICE Futures Europe, o açúcar branco, vencimento outubro/22 recuou 3,70 dólares, negociado a US$ 535,90 a tonelada. Já a tela dezembro/22 caiu 3 dólares, negociada a US$ 516,70 a tonelada. Os demais vencimentos caíram entre 1,30 e 2,60 dólares.
Mercado doméstico
No mercado interno a quarta-feira foi de alta nas cotações do açúcar cristal medidas pelo Indicador Cepea/Esalq, da USP. A saca de 50 quilos foi negociada ontem a R$ 131,99 contra R$ 131,12 da véspera, valorização de 0,66% no comparativo.
Etanol hidratado
Após dois dias em alta as cotações do etanol hidratado voltaram a fechar desvalorizadas ontem pelo Indicador Diário Paulínia. O biocombustível foi negociado nesta quarta-feira a R$ 3.014,50 o m³, contra R$ 3.034,50 o m³ da véspera, desvalorização de 20 reais, ou 0,66% no comparativo.