VANTAGENS COMPETITIVAS DO SETOR SUCROENERGÉTICO BRASILEIRO PARA A PRODUÇÃO DE ENERGIA
A tendência hoje é o uso de fardos de palha com teor de umidade que varia de 15% a 35%
O potencial da palha da cana, foi um dos temas mencionado por Celso Procknor, diretor da Procknor Engenharia Ltda, em sua participação no 21º webinar promovido conjuntamente pela Cogen (Associação da Indústria de Cogeração de Energia) e pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
Procknor explicou que, atualmente, o potencial de energia exportável é de 0,7 kWh por tonelada de palha com 35% de umidade, sendo que a tendência hoje é o uso de fardos de palha com teor de umidade que varia de 15% a 35%. Procknor aponta que há alternativas para esse uso: a geração pura de energia com CVU (Custo Variável Unitário) associado; o uso em projetos de cogeração em processos que demanda energia térmica; e a produção de etanol de segunda geração.
O diretor da Procknor Engenharia falou sobre as vantagens e oportunidades do setor sucroenergético na área de produção de energia, salientou a competitividade das usinas greenfield (novos projetos) em comparação com os projetos brownfield (já existentes). As primeiras possuem custo de conexão maior, pois muito possivelmente estarão mais longe dos centros de consumo. Por outro lado, os projetos greenfield abrem opções de retorno financeiro como a produção integrada de etanol e energia elétrica. No caso dos projetos brownfield, o custo de conexão será baixo, pois possivelmente estes projetos já se encontram próximos dos centros de carga. No entanto, o retorno financeiro será apenas com a produção adicional de energia elétrica.
Para ele, o Brasil, tendo seu principal centro produtor no Centro-Sul, apresenta vantagens com relação a outros países produtores, principalmente no que diz respeito à posição geográfica. Países como Austrália, Índia e África do Sul têm limitações territoriais em seus campos dedicados à cana;
Segundo Procknor, as fontes fósseis são concorrentes fortes, pois têm baixo custo e alta densidade energética. Porém, se o Brasil aproveitar toda a complementariedade potencial das biomassas, estas conseguiriam ampliar sua competitividade;
No seu entender, a indústria de produção do biogás/biometano ainda se encontra em estágio de desenvolvimento. Ainda é preciso encontrar a melhor rota de crescimento, seja a geração de energia elétrica através do biogás, seja a substituição do diesel através do biometano, entre outras, para que esta biomassa proveniente da cana também possa se desenvolver de forma adequada, como ocorreu com o bagaço nas três últimas décadas.
Fonte: CanaOnline com informações da Assessoria de imprensa da Cogen