A MAIS DOCE DAS COMMODITIES
Como os leitores de meus textos já devem ter percebido, tenho uma predileção especial pelo mercado de açúcar (foto).
Agora, ele está ameaçando encetar um novo bull run.
Motivo: a Índia, segunda maior exportadora mundial (o Brasil é o primeiro, por larga margem), anunciou que limitará suas vendas para o exterior a 10 milhões de toneladas na temporada que se encerra em setembro de 2022.
No momento, a libra-peso de açúcar está cotada a US$ 0,1960 na ICE (Intercontinental Exchange), em Nova York.
É bem provável que o preço ultrapasse os vinte e três centavos alcançados em setembro de 2016.
Parece pouco, mas não é.
Como o contrato de açúcar é de 112.000 libras, para cada centésimo de centavo de dólar de variação no preço da libra-peso, os especuladores ganham ou perdem US$ 11,20.
Portanto, se o mercado subir do atual US$ 0,1960 para o US$ 0,2300 de seis anos atrás, os comprados ganharão US$ 3.808,00 por contrato. Se forem dez, US$ 38.080,00. Cem, US$ 380.080,00. E assim por diante.
Isso é o que se pode ganhar especulando em Nova York.
Há outras maneiras de lucrar com a alta do açúcar sem ter que aplicar dinheiro lá fora. Basta comprar, na B3, ações de empresas que produzem e exportam a mais doce das commodities.
Outros países estão cortando as mais diversas exportações. A Malásia, por exemplo, suspendeu os embarques de carne de frango. Por sinal, é outro produto do qual nós somos campeões de venda.
Como potência das matérias-primas, o Brasil tem tudo para se beneficiar dessa nova era das commodities que, em minha opinião, ainda está em seu começo.
Poderemos reviver o milagre econômico dos anos 1970.
Ivan Sant’Anna, trader, escritor e colunista na Inv Publicações
FONTE: O ANTAGONISTA