NOTÍCIAS

CBIOS RENOVAM RECORDE E SE APROXIMAM DOS R$ 110 NA B3 E TÊM SIDO DECISIVOS PARA DEFINIÇÃO DO MIX

Usinas de cana do Centro-Sul do Brasil têm optado pela produção do biocombustível pelo bom momento de rentabilidade, inclusive rolando ou cancelando contratos de açúcar

Os Créditos de Descarbonização (CBios), que equivalem a uma tonelada de emissão de carbono evitada em termos de substituição de combustível fóssil por renovável e que são vendidos por produtores de biocombustíveis pelas regras do RenovaBio, iniciaram esta semana com preço médio de R$ 109,84 na B3, renovando recorde e cada vez mais próximos dos R$ 110.

Na máxima de segunda-feira (23), por exemplo, os créditos atingiram R$ 111 e, na mínima, ficaram em R$ 108.

Essa valorização nos preços dos CBios, de mais de 250% no período de um ano, já tem tido influência na remuneração que o etanol está dando para as usinas em comparação com o açúcar neste início de safra 2022/23. Enquanto que o CBio equivale a menos de US$ 0,05 por libra-peso do açúcar na Bolsa de Nova York, o etanol hidratado equivale pelo menos ao dobro disso.

"O CBio já ultrapassa R$ 100 na B3. Se utilizarmos esse valor como referência, pelo fator de emissão do CBio hoje, em termos líquidos, ele já equivale a algo como R$ 0,10 adicionais para as usinas por litro de etanol comercializado", disse ao Notícias Agrícolas Haroldo Torres, gestor do Pecege, reforçando que o CBio está sendo muito considerado no cálculo das usinas.

Pelas diretrizes do RenovaBio, a geração dos CBios por uma usina cadastrada está atrelada com a venda efetiva de combustível renovável, embora os CBios e os biocombustíveis sejam vendidos separadamente.

O mix da safra 2022/23 de cana-de-açúcar já era esperado para ser mais voltado ao etanol, segundo as principais consultorias de mercado, devido à rentabilidade que oferece sobre o açúcar. A elevação do CBio só deve intensificar essa tendência, afirma Torres. "Tem sido um peso relevante na remuneração que o etanol está oferecendo às usinas em comparação com os ganhos que elas podem ter com a venda do açúcar", diz.

Usinas no Brasil, que estavam historicamente fixadas no açúcar, segundo agências internacionais, já têm até rolado contratos ou mesmo feito o chamado washout, que é o cancelamento das operações a um custo.

A elevação nos preços do etanol, que inclusive voltou a ficar acima da paridade sobre a gasolina na maioria dos estados do Brasil na última semana, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP) mesmo com a safra em andamento, acompanha a alta do petróleo, que está em cerca de US$ 110 o barril, com repasses para a gasolina, além de uma oferta mais tranquila de açúcar por outras origens no mundo, como a Índia.

Negociação de CBios no início de maio
Na primeira quinzena de maio, a quantidade de Créditos de Descarbonização (CBios) negociados foi de 2,7 milhões de títulos, mais de 65% maior ante a quinzena anterior, segundo dados do ItaúBBA. Os preços também saltaram, de R$ 99,38 no final de abril para R$ 102,31 na primeira quinzena de maio. Na média do ano, estão em R$ 90,48.

Depois de na última quinzena de abril a emissão superar o volume negociado, na primeira metade de maio, a emissão de CBios ficou em 1,04 milhão de títulos, sobre 2,39 milhões de todo o mês de maio de 2021. O acumulado no ano chegou a 10,29 milhões, ou 28,6% da meta de 36 milhões de títulos para todo o ano de 2022.

O número de CBios disponíveis no mercado é de 17,9 milhões de títulos, sendo que 79% do total estão nas distribuidoras, 20% nas produtoras e 1% em partes não obrigadas, segundo levantamento reportado pela consultoria. O total de títulos aposentados no ano de 2022 está em 2,7 milhões, além de um estoque inicial na B3 de 10,4 milhões.

 

NOTÍCIAS AGRÍCOLAS

Bayer
BASF
Copercana
Usina Coruripe
Cocred
Patrocinío Master
Canacampo
Siamig
Agência
Realização