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CENSO VARIETAL DO IAC DA REGIÃO NORDESTE APONTA ALTA CONCENTRAÇÃO DA VARIEDADE RB92759 E BAIXA RENOVAÇÃO NO PLANTEL VARIETAL

Este ano, a Megacana Tech Show Brasil, evento realizado pela Canacampo (Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Campo Florido) e Siamig (Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais), será itinerante, rodará pelos quatro cantos canavieiros do país.

A primeira parada foi na Usina Petríbú, em Pernambuco. Uma das atrações do evento, apresentando em 19 de maio, foi a participação do Pesquisador Marcos Landell, diretor geral do Instituto Agronômico (IAC), que apresentou em primeira mão o Censo Varietal em Cana-de-Açúcar da safra 2021/22 das regiões Norte/Nordeste.

Landell explicou que, desde 2016 o IAC iniciou o trabalho do Censo varietal em Cana-de-Açúcar. “É uma ação que já foi realizada por outras instituições, mas aproveitamos a vinda para o IAC do Dr. Rubens Braga Jr, que é um especialista em censos em cana, para comandar este projeto e aperfeiçoá-lo ainda mais. Nosso objetivo é levantar informações sobre as áreas de variedades no maior número possível de unidades produtoras (usinas, destilarias, associações de fornecedores) de cana-de-açúcar no Brasil.”

E o trabalho tem dado resultado, o Censo de Cana do IAC se tornou o maior censo varietal do Brasil, na safra 2021/22, até o momento, contou com 267 unidades recenseadas, representando 6,7 milhões de hectares recenseados.

Landell disse que, inicialmente, quando fizeram o convite para as empresas do Norte e Nordeste participarem do censo a adesão foi baixa, mas neste último ano, a participação está sendo bastante satisfatória.

Segundo os dados apresentados pelo pesquisador, a região Norte, que apresenta 46 mil hectares com cana, tanto o cultivo como o plantio de cana são bastante estratificados, com a presença de variedades modernas.

Já na região Nordeste, o quadro é inverso. Em uma área amostrada de 506 mil hectares, 36% são ocupadas pela RB92759, na segunda colocação está a RB867515 e a SP79-1011. Variedades antigas. Alagoas, o maior produtor de cana apresenta alta concentração da variedade RB92759, que responde por 46% da área cultivada com cana. E na área de plantio de cana em Alagoas, a 759 registra 51, 6%. O quadro é ainda mais grave na Paraíba, onde o cultivo com RB92759 chega 68% e a área plantada a 74,6%.

Landell explica que a variedade RB92759 foi desenvolvida pelas entidades de pesquisa do Nordeste e se adaptou muito bem as condições da região, dando boa contribuição. Mas na visão do pesquisador, nada justifica o risco dessa alta concentração em uma única variedade. O que pode colocar os canaviais do Nordeste a exposição de uma nova epidemia, caso essa variedade for acometida por uma doença. “Temos vários casos em que uma doença chegou a reduzir 40% da produção de uma variedade, se isso acontecer com a 759, provocará uma situação desesperadora no setor canavieiro nordestino”, alerta.

Já Pernambuco, o segundo maior produtor de cana do Nordeste, registra estratificação, nenhuma variedade ultrapassa os 20% de área. Por outro lado, as variedades que ocupam as três primeiras posições: RB9275, SP79-1011 e RB867515 são antigas. Landell ressalta que não há razão para investir em variedades com menor potencial produtivo, uma vez que já estão à disposição variedades modernas com maior potencial produtivo.

No geral, o pesquisador observa que a região Nordeste precisa diversificar e modernizar o plantio varietal para se tornar mais competitivo.

Fonte: CanaOnline

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