Presidente da Canacampo avalia que venda direta de etanol pode balizar preços no mercado e ter impacto no consumo
A venda direta de etanol das indústrias aos postos de combustíveis é avaliada como positiva pelo presidente da Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Campo Florido (Canacampo), Marcos Brunozzi. Na prática, ele acredita que a medida terá um efeito balizador de preços no mercado. A proposta foi aprovada no Senado no último dia 19, com 47 votos a favor e apenas dois contra. O projeto de resolução segue agora para votação na Câmara dos Deputados.
“Se pensarmos futuramente, a decisão é positiva, até mesmo porque é opcional. Ou seja, vão vender as indústrias que acharem interessante”, afirma. Ele avalia que a redução no preço poderá chegar a 10%. “Se esta porcentagem vai chegar ao consumidor ainda não sabemos, mas caso ocorra será um estímulo a mais para o aumento do consumo do etanol e, consequentemente, a consolidação da cadeia produtiva”, explica.
Na opinião do presidente, ainda que a quantidade de etanol comercializada diretamente entre produtores e postos de combustíveis seja mínima, poderá representar um regulador de preços das distribuidoras. “O mercado terá liberdade. Por exemplo, as usinas poderão regular sua margem nos períodos de entressafra”, comenta Brunozzi, destacando que a proposta vai tornar este combustível mais competitivo.
De autoria do senador Otto Alencar (PSD-BA), o projeto susta o artigo 6º da Resolução 43/2009, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que determina que um produtor de etanol (fornecedor) só pode comercializar o produto com outro fornecedor cadastrado na ANP, com um distribuidor autorizado pela agência ou com o mercado externo. A proposta autoriza a venda de etanol hidratado diretamente do produtor aos postos de combustíveis, com o objetivo de aumentar a concorrência no mercado de combustíveis e, consequentemente, diminuir o preço final para o consumidor.
Juliana Fidelis (26/06/2018)
Assessoria de Imprensa