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CLIMA DE GREVE ESQUENTA ENTRE TRANSPORTADORES

A greve dos transportadores de combustíveis está cada vez mais próxima, diante da falta de medidas concretas, por parte dos governos federal e estadual, para reduzir os preços da gasolina e do diesel. Os tanqueiros, indignados, aumentam a mobilização para uma greve geral da categoria. O movimento, que já tinha tomado conta do Sudeste, agora já avança por estados do Centro-Oeste e Nordeste, além do Distrito Federal.

Data certa, a greve ainda não tem. Mas, se nada mudar, ela deve ocorrer ainda este mês, informa o presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes. “A greve será a resposta do setor ao silêncio e falta de ação dos governantes, que têm feito vistas grossas às reivindicações dos transportadores e ignorado as dificuldades que a população brasileira vem enfrentando por conta dos altos preços dos combustíveis”, explica.

Gomes lembra que, em janeiro, os transportadores suspenderam a greve, que estava prestes a ser deflagrada, dando mais uma oportunidade para que os governos pudessem adotar as devidas providências. Mas, após reuniões com o governo federal, sem qualquer avanço e nenhum retorno dos governos estaduais, a categoria decidiu intensificar a mobilização e já se prepara para cruzar os braços.

“É importante que os governos tenham consciência e responsabilidade. Essa luta não é só dos tanqueiros, mas também diz respeito diretamente a toda a população, que tem sido sacrificada com os valores absurdos pagos pelos combustíveis. Depois, não adianta reclamar que não sabiam da nossa luta e que ela não é legítima”, ressalta o sindicalista.

Neste momento, não há nenhuma negociação em andamento com os governos estadual e federal. E é justamente por isso que os tanqueiros estão ameaçando parar. Para Gomes, a queda de braço entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores por conta do ICMS dos combustíveis não passa de retórica. E os projetos que deveriam ter ido à votação no Senado “não deverão servir para nada”, avalia.

O fato é que o governo federal e governos estaduais pouco fizeram para reduzir os preços dos combustíveis. “No caso dos transportadores, para os quais o diesel corresponde a cerca de 70% dos custos do frete, a situação se tornou insustentável. Chegamos ao fundo do poço”, critica o presidente do Sindtanque-MG.

Para Irani Gomes, a solução passa pela extinção da Paridade de Preço de Importação (PPI), adotada pela Petrobras, em 2016, no governo de Michel Temer. “É preciso voltar ao que era antes de 2016, pois o mercado brasileiro não tem capacidade de suportar a precificação baseada no dólar”.

Além disso, na sua opinião, o governo federal, que é dono de cerca de 30% da Petrobras, deveria decretar calamidade econômica no setor de combustíveis, devido aos altos custos do dólar e do barril de petróleo no mercado internacional. E, diante disso, transformar sua parte na Petrobras em um fundo para achatar a curva do aumento dos combustíveis.

O representante dos tanqueiros defende, ainda, a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do diesel em Minas, dos atuais 14% para ao menos 12%, percentual que vigorava até dezembro de 2010.

Fonte: Diário do Comércio

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